[NARRADO PELO BONDE – CONTINUAÇÃO] A decisão já tava tomada. A guerra selada. E o Júlio... ainda vivo. Por um fio. Mas vivo. Pulga apontou com o queixo. — “Levanta. Bora.” Júlio levantou com dificuldade, mancando de leve, o rosto uma mistura de sangue seco, suor e vergonha. A gente saiu da boca em silêncio. Só o som dos chinelos batendo no chão e o peso das palavras entaladas. No caminho, ele soltou: — “Eu sei muito bem o caminho.” Gargalo, que vinha atrás, rosnou: — “Sabe p***a nenhuma.” E Faísca completou, olhando por cima do ombro: — “A partir de hoje... até o Murilo sair... tu vai andar com a gente. Cada passo. Cada esquina. Cada respiração.” — “E se pisar fora da linha...” — Neguim sussurrou, encostando o dedo no peito do moleque — “...nem vai precisar de justiça. A gent

