Narrado por Murilo Ferreira O sangue escorria do ombro do Tenente Lisboa, mas ele ainda respirava. Respirava e mentia. — “Foi de cima… foi ordem maior, Murilo… eu só cumpri...” Dei uma risada seca. Sem dente. Sem alma. — “De cima? Quem de cima, seu merda?” — enfiei o cano do fuzil na boca dele, com força. — “Tu quer me enrolar? Eu vim até aqui pra ouvir mentira? Acordei o d***o dentro de mim pra escutar história m*l contada?” Ele choramingou com os olhos. Eu me levantei devagar e virei pra mulher. — “Vem cá, princesa.” Ela tremia. Eu puxei ela pela nuca. Arrastei pro meio do quarto e joguei contra a parede. — “Olha pra ele!” — gritei. — “Olha o homem que tu deita!” Peguei a cabeça dela e PÁ! bati uma vez na parede. PÁ! de novo. A terceira veio mais seca, com raiva. A testa del

