Continuação — narrado por Melissa Rocha A gente ficou ali, deitado, só escutando o som do mundo lá fora tentando alcançar a paz que a gente tinha naquele instante. Murilo tava calado, mas o olhar dele falava por mil bocas. Me tocava com os olhos antes mesmo das mãos. Era como se ele estivesse decorando cada traço meu, como quem sabe que nem tudo dura — e mesmo assim ama como se fosse eterno. — “Tá tudo certo?” — ele perguntou, baixinho, com a voz arranhada de cuidado. Assenti. Mas aí… fui além. — “Tô pronta, Murilo.” Ele me olhou, sério. — “Tu tem certeza?” — “Tenho.” Ele não sorriu. Mas os olhos dele… os olhos quase choraram. E então começou. Não foi explosão, não foi selvageria. Foi leve. Quase um poema sussurrado em pele. Murilo me beijou com uma calma que feria. Uma paci

