Narrado por Murilo Ferreira Rua sem saída. Casas apagadas. Silêncio que não é paz — é ameaça. A gente chegou dividido. Dois pelas costas, três pela frente. Era uma da manhã. O mundo dormia. Mas nós não éramos mundo. Nós éramos promessa de bala. Pulga foi o primeiro a descer da moto. Abriu o portão do terreno baldio como quem abre túmulo. Sinalizou com a mão: "sem movimento visível". Neguim e Faísca vieram logo atrás, fuzil no peito, olho varrendo janela por janela. Gargalo se posicionou na lateral, atrás do poste quebrado. Capa preta, máscara no rosto, só os olhos acesos. Eu fui o último. A mão na arma. O nome do meu pai no sangue. E a foto da Melissa queimando por dentro como maldição. — “Tem seis homem lá dentro.” — sussurrou Pulga. — “Dois no corredor, um no telhado, e trê

