[NARRADO POR MURILO – CONTINUAÇÃO NA SALA DE VISITA] — “Tu vai fugir?” Eu ri. Aquele riso sem alegria. Cortante. Amargo. — “Eu vou fazer o que sei fazer de melhor, mãe.” Inclinei o corpo pra frente, os olhos nos dela, e deixei sair sem filtro: — “Matar… pra sair daqui.” Ela tremeu. Não de medo. De verdade. De saber que eu não tava blefando. — “Foi por isso que eu vim no lugar do Júlio.” Respirei fundo. A raiva ainda quente, fermentando entre os dentes. — “Porque ele… ele não ia aguentar isso aqui. Ia se quebrar na primeira noite. E tu sabe. O moleque só sabe fazer merda ultimamente. Não tem cabeça, não tem preparo, não tem sangue pra esse inferno.” Abaixei o olhar. Apertei o terço que ela ainda segurava como se fosse a última cruz do mundo. — “Aqui dentro, mãe… só sobrevive qu

