capítulo 08 CAINDO DO CAVALO

1512 Words
Na sala de tv Gabriela lutava para dormir sem sucesso, se levantou por volta das cinco, se trocou e desceu para cozinha, colocou a carne no forno e fez café, deixou a mesa posta para ele, assim que o dia clareou saiu, foi até a queda d'água, subiu as pedras, achou bem difícil, tentava entender porque ele se arriscava assim, quando chegou na borda sentiu vertigem só de olhar lá para baixo, desceu com cuidado e foi ao estábulo, escovou o cavalo, depois o soltou no pasto, limpou o local e colocou água, ração e feno, nos dias que ficou sozinha passava muito tempo ali, gostava de animais e esse era o único na fazenda. Quando voltou, limpou as botas e entrou na casa, Ivan a olhou com olhos arregalados, procurou por ela em toda a casa. Ivan:- Onde você estava? Gabriela:- Cuidando do cavalo - Viu ela a olhar como se tivesse duas cabeças - Gosto de animais e amo cavalgar- Ivan se calou, sentou na mesa e comeu o bolo, achava que a esposa era uma dessas meninas cheias de frescura, estava conhecendo um lado dela que nunca imaginou que veria. Depois do café ele saiu ela ouviu os barulhos lá fora e olhou pela janela, ele estava podando a árvore próxima à janela dela, depois fez uma ronda para checar a bateria das câmeras, mesmo se a luz fosse cortada elas continuariam funcionando. Gabriela estava na porta quando voltou Gabriela:- O almoço está pronto - Ela falava o mínimo possível com ele, o irritando, depois do almoço, Ivan se tranca no escritório, entra e contato com uma empresa de revestimento acústico e iluminações. Saiu do escritório e a cozinha estava limpa, encontrou um bilhete dela dizendo que foi cavalgar, Ivan franziu a testa com medo de que ela se machucasse, o terreno era muito grande e algumas áreas ainda eram bastante irregulares, pensou no que faria, os irmãos, ainda estavam na casa de Emily, resolveu aguardar, talvez estivesse exagerando, ela já havia cavalgado quando ele não estava, as horas foram passando e Ivan viu que uma tempestade estava se formando, agora estava realmente preocupado com ela, tentou ligar, mas o celular tocou no quarto. Ivan:- Droga- Pegou a caminhonete e rodou pela fazenda, a chuva começou a cair pesada, logo o cavalo poderia ter dificuldades com o solo encharcado, Ivan começou a se desesperar. Gabriela cavalgava, se sentia livre, o vento no rosto e o barulho dos cascos do cavalo batendo na terra, o coração estava acelerado e a adrenalina corria pelo corpo, a sensação era boa, conseguia se desligar do mundo. Quando a chuva começou a cair, fraca adorou a aventura, sentiu as gotas escorrerem pelo corpo causando arrepios, cavalgava para casa quando a chuva excitante se tornou uma tempestade, não conseguia enxergar, nunca tinha ido tão longe no terreno, saiu de casa com raiva, ainda lembrava das palavras de Ivan, cavalgava para limpar a mente e se sentir bem, agora estava perdida e com medo. O cavalo em que Gabriela estava era dócil, mas com os relâmpagos e trovões ele disparou, o cavalo parou e empinou, Gabriela tentava se segurar em desespero, quando achou que ele se acalmaria, voltou a disparar, fez um salto e empinou jogando Gabriela para trás, ela caiu em um buraco, bateu a cabeça e apagou por alguns segundos, acordou com os trovões, podia ouvir o cavalo relinchando e correr em volta do buraco, como se ele não a quisesse deixar sozinha mesmo assustado. GABRIELA Acordei com dor na cabeça e muito frio, estava encharcada, levei um tempo para saber onde estava, era escuro e apertado, conseguiria sentar com os joelhos flexionados, a chuva diminuiu, mais não parou, cai em buraco, apalpo meus bolsos só para perceber que estou sem o meu celular. Gabriela:- Ivan, Ivan - Claro que ele não vai me ouvir gritar, preciso sair daqui por conta própria, me agarro nas raízes que saem dá terra, quando estou na metade escorrego na terra molhada, já escureceu e não consigo enxergar nada com a noite chuvosa, depois de muitas tentativas me sento abraçando os joelhos, não sei quantas horas passo ali, sinto meu corpo quente, e de repente só a escuridão. Ivan andou por boa parte dá propriedade sem a encontrar, precisava de ajuda e ligou para os irmãos, a noite já havia caído e os irmãos chegaram trazendo Sara, Luiz ligou para Ivan assim que chegaram. Ivan:- Estou no lado leste, verifiquem as outras áreas. Deixaram Sara na casa de Ivan e foram a casa de Bruno pegar a outra caminhonete, vasculharam pelo caminho. A tempestade estava diminuindo, os raios e trovões pararam, mas a noite estava muito fria, Ivan ligou as lanternas e holofotes da caminhonete, se lembrou da área abandonada, estava em fase de limpeza, pois pensou em construir a casa lá, desistiu quando viu a cachoeira e construiu próximo a ela, mas os buracos e alguns materiais ainda estavam no terreno, dirigiu para lá. No caminho encontrou o cavalo sem Gabriela, o animal correu para frente do carro dando voltas, quando Ivan tentou se aproximar ele se afastou, Ivan começou a segui-lo, sentia que precisava, o viu para e depois correr em círculos, quando se aproximou ele arrastava a pata na terra, Ivan pegou uma lanterna, viu o buraco quando se aproximou iluminando, viu os cachos ruivos, ela estava sentada, a cabeça pendendo para o lado, estava desacordada Ivan:- Gabriela, já vou te tirar dai - Ligou para os irmãos, enquanto pegava uma corda, amarrou na caminhonete e desceu, m*l cabia no buraco, mas conseguiu chegar até ela, segurou o corpo inerte junto ao seu, esfregava as costas dela desesperadamente, os irmãos chegaram e viram a caminhonete, com as lanternas gritavam por ele. Ivan:- Aqui, a corda está amarrada na caminhonete, Bruno entrou no carro e começou a dar ré lentamente, Ivan segurava Gabriela com um dos braços, com o outro se equilibrava pelas paredes do buraco, lá em cima precisou deixar Luis a segurar enquanto saia. Retirou Gabriela dos braços do irmão e correu para a caminhonete, Bruno já esperava. Bruno:- Sara esta na sua casa aguardando. Ivan:- Rápido- Estava sentado no banco de trás com ela em seu colo, acariciava os cabelos dela, a muito tempo não sentia medo daquela forma. Correu com ela para dentro dá casa e subiu as escadas a colocando na cama, Sara pediu que saíssem, mas Ivan não se móvel. Sara:- Se vai ficar me ajude a ligar o chuveiro e retirar essa lama dela, vai ser mais rápido, na banheira Ivan a lavava enquanto Sara procurava por ferimentos, arranhões e escoriações foram encontradas, um pequeno machucado na cabeça. Ivan a enrolou na toalha, Sara correu na frente. Sara:- Onde encontro lençóis limpos - Ivan tinha os olhos vidrados na moça em seu colo, Ivan: - Gaveta grande de cima. Sara:- A coloque na cama. Ela estava examinando a cabeça de Gabriela quando ela acordou, Ivan estava no closet pegando roupas para a levar ao hospital. Sara:- Oi Gabriela, sabe onde está- Ivan ouviu e correu para o quarto e ficou ao lado da cama. Gabriela:- Frio, estou com muito frio- Sara ministrou um remédio para febre, Gabriela ficou muito tempo exposta à chuva. Sara:- Vamos te levar ao hospital - Os olhos dela foram para Ivan, ele entendeu o pedido de socorro. Ivan:- Hospital só em último caso, faço o que puder aqui mesmo.- Sara já havia aprendido com o Irmão a não fazer perguntas. Sara:- Eu vou cuidar dos ferimentos e deixar os medicamento, ela deve sentir febre por alguns dias. Conversou com Gabriela, após a medicar, saiu do quarto com Ivan. Sara:- Tome cuidado com a temperatura, se subir de o medicamento, um banho frio também ajuda a descer a temperatura, a mantenha alimentada, observe letargia, fala rápida, qualquer coisa incomum e me chame se for preciso. Ivan:- Obrigado, Luiz vai levar você- Enquanto estavam com Gabriela, Luiz levou o irmão para buscar a outra caminhonete, estava estacionando quando saíram dá casa. Ivan:- Pode levar a Sara de volta?- Se dirigiu a Luiz Bruno:- Posso ficar se quiser Ivan:- Não vai ser preciso, se acontecer alguma coisa eu chamo.- Apertou a mão dos irmão e voltou para dentro. Foi até a cozinha e fez uma sopa, colocou em uma bandeja e subiu. Ivan:- Gabriela, precisa comer- Colocou a bandeira na mesinha, quando a tocou ela estava muito quente, Ivan encheu a banheira e estava retirando a roupa dela, deixou a calcinha, não queria que ela ficasse constrangida, mas precisava baixar a temperatura, ela tinha tomado remédio há pouco tempo, precisa espera para dar mais. Ela se agarrou a ele tremendo, Ivan a colocou na banheira com cuidado, ele estava só de calça, nem mesmo se lembrou das cicatrizes. Ivan:- Você precisa melhorar Gabriela, ela estava na água, mas o segurava pelo braço, Gabriela sorria, estava delirando. Gabriela:- Meu marido, você é meu marido, não é? Ivan:- Sim sou- Ele estava nervoso, mas tentava se controlar, ela estava doente- Ela passou a mão no rosto dele, Ivan congelou.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD