Pesadelo narrando
Desligo o telefone e fico olhando pra tela, como se ela fosse falar mais alguma coisa. Mas não vem nada, só aquele silêncio do outro lado que tá me matando por dentro. Passo a mão na cabeça, jogo o celular no sofá, e sento no chão da sala, sem força pra nada.
Ela quer tempo... tempo pra quê? Pra ficar longe de mim? p***a, ela não entende que eu tô tentando? Que sem ela eu não sou nada?
Fecho os olhos, mas tudo que vejo é ela. Lembro dela sorrindo, do jeito que ela mexe no cabelo, das vezes que ela falava pra eu me acalmar quando eu tava na correria da boca. E agora? Agora eu tô aqui, sozinho, com esse vazio que não passa.
Levanto e vou pra varanda, acendo um cigarro, tentando aliviar esse aperto no peito. Cobra chega do nada e me encara.
— Fala, parceiro, já resolveu
