Como um Rio

1042 Words
No outro dia Megan levantou cedo, nem mesmo a mãe havia se levantado para o café, Dylan se levantou e escutou uma música, tinha certeza que vinha do estúdio de dança. Ele foi até o local e encontrou Megan, ela sempre gostou de uma mistura de ballet contemporâneo com hip-hop, ela sabia a dança clássica, mas achava os passos chatos e monótonos. Megan dançava sozinha, sempre fazia isso quando estava chateada. A batida da música era forte, tinha até um tom de agressividade nos passos dela, mas ela estava deixando fluir o sentimento de angústia pela amiga. — Tem notícias? — Dylan perguntou. Ela balançou a cabeça que não e continuou dançando. Dylan se virou para sair, mas foi parado por ela. — Espere! Dança comigo? — Megan fez o pedido tímido e deu um pequeno sorriso. — Meg, não sei dançar, te ajudo em alguns passos, te ofereço suporte, mas sabe que não sou bom dançarino. Meg o puxou e o deixou no meio do estúdio, trocou a música por um instrumental mais alegre e leve e voltou a dançar, usava ele de apoio como da outra vez, dançava em volta dele e Dylan gostava daquele contato. Em certo momento Megan segurou sua mão e girou abrindo os braços, ela voltou no mesmo movimento e parou bem próxima a ele e Dylan a abraçou. — Não pode me segurar assim, quebra meu ritmo. Ele deu uma pequena risada e acariciou seu rosto. — Terei que te expulsar daqui? Seu moleque! — Carlos disse da janela. Megan se afastou e ficou de cabeça baixa. — Minha filha, Simon ligou, disse que Hannah quer falar com você, ela está bem dentro do possível, mas... Sinto muito Meg, ela não tem mais muito tempo. Megan levantou a cabeça e olhou para Dylan, ele queria conforta-la. Megan o abraçou e chorou, Carlos deu a volta e entrou no estúdio. — Meg, vá se trocar, eu vou levá-la ao hospital para ver sua amiga. Megan saiu e Dylan foi desligar o som. — Não vai fugir Dylan, vai me ouvir. — Senhor Carlos, não fiz nada demais... — Você que pensa! A Megan ainda é uma menina, você se casam daqui a 3 anos apenas, não fique tentando seduzi-la, não me lembro de você ser tão próximo dela. — Na verdade eu sempre fui, a Meg sempre pediu minha ajuda em alguns movimentos de dança, o senhor que nunca ficou em cima de mim, não sei o que mudou agora. — Tá me respondendo moleque? — Carlos ficou irritado, apesar de ter um grande apreço pelo jovem, não tolerava esse desrespeito, nunca seu filho Ítalo falou assim com ele, não seria Dylan a fazer isso. — Dylan, vá para casa de seu pai, não quero olhar para você tão cedo! Eu mesmo cuido de minha filha! — Senhor Carlos, não pretendia desrespeita-lo, apenas disse que sempre dancei com a Meg, nunca toquei ou disse algo impróprio para ela, mas o senhor agora vê maldade em qualquer gesto que tenho com ela. — Não discuta comigo rapaz, apenas me obedeça! Dylan saiu e foi para o seu quarto iria pegar algumas roupas e partir para a casa de Alexsander. Ele estava saindo com o carro quando Megan apareceu com Marcela. — Pai, o Dylan não vai me levar? — Megan, você é muito nova, não estou gostando de como estão próximos, ele vai para casa do pai dele, não o quero aqui tão cedo! — Carlos levou Megan para o hospital, chegando lá, Simon saiu do quarto e deixou as duas sozinhas. Megan sentou na cadeira ao lado da cama. — Meg, que bom que veio. — Hannah... Megan começou a chorar, não gostava de ver a amiga sofrer, já Hannah tinha um leve sorriso no rosto, convivia com a doença a um bom tempo e tentava se manter forte. — Veio com seu pai? Cadê o Dylan? — Meu pai se irritou com ele, disse que estava muito próximo a mim... Mas a gente só estava dançando. — Meg, você gosta dele, né? Ou se interessou mesmo pelo Matheo? — Ah Hannah, eu não consigo colocar em palavras, o Matheo é engraçado, eu me divirto com ele, mas o Dylan... Ele fala que não sabe, mas... sei lá, eu gosto de dançar com ele. — Você vai ser muito feliz, eu gostaria de ter tempo de me casar e viver um amor. — Hannah tinha plena ciência que não viveria o suficiente para se casar. — Hannah, o que você gostaria de fazer? — Como assim? — Seu sonho, o que gostaria de conquistar enquanto... — Megan não tinha coragem de terminar a frase. — Você diz, o que eu gostaria de fazer antes de morrer? Megan concordou com a cabeça. — Eu queria que meu pai encontrasse alguém, quando eu me for ele ficará sozinho. — Isso eu posso falar com meu pai, ele deve saber de alguém. E o que mais? — Gostaria que você aprendesse a falar sozinha, precisa saber falar o que sente, tem que expressar seus sentimentos com palavras, eu não estarei mais aqui para fazer isso por você. — Sabe que eu melhorei bastante... — Hannah se lembrava que era quase impossível arrancar meia dúzia de palavras de Megan, agora ela ainda não gostava de falar, mas Hannah ajudou a amiga a se soltar e deixar os sentimentos fluírem com mais facilidade. — Ok, mas e você? Entendi que quer algo para o seu pai e para mim, mas e por você mesma? — Meg, o que eu quero não terei tempo... Nunca vou viver tudo que eu gostaria. — Hannah me fala! Hannah riu, normalmente era ela que tinha que lutar para arrancar alguma informação da amiga. — Eu gostaria de me formar, ter pelo menos o diploma da High School para o meu pai colocar na parede, gostaria de amar e ser amada, nunca vivemos nada, nem mesmo um beijo, queria ter tempo de me casar... Nunca usarei um vestido de noiva. Mas já agradeço, você permitiu que eu tivesse meus 15 anos no seu aniversário, era seu dia e você compartilhou comigo. — Vou cuidar de tudo... Você minha amiga vai viver cada sonho do seu coração.
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