Rebeca Vasconcellos Prado A manhã começou diferente. Silêncio demais. Luz demais. E uma sensação estranha no peito — como se algo tivesse mudado… sem me avisar. Levantei devagar. Nadja já estava na sala, sentada no sofá, os olhos vidrados na TV. — Bom dia… — murmurei, ainda com a voz rouca. Ela virou devagar. Séria. — Senta aqui. Agora. — Que foi? Ela só apontou pra TV. E então eu vi. Alessandro. Na porta da delegacia. Rodeado por jornalistas. Tenso. Postura de leão. E os olhos… duros. Diretos. Doloridos. — A senhorita Rebeca Prado não tem nenhuma ligação com os crimes investigados — ele dizia. — Ela é tão vítima quanto qualquer cidadão que teve sua vida manipulada por aqueles que deviam proteger. E qualquer tentativa de atingi-la com ilações será tratada como o que é:

