MAXIMILIANO
(papel afiado, contrato limpo, veneno contido)
17h50. Ela entrou. Não pediu licença extra, não gaguejou. Só abriu a porta, atravessou meu território e largou a pasta sobre a mesa como quem solta prova irrefutável no colo do juiz.
Eu puxei o documento, folheei devagar, linha por linha. Voz ativa em tudo, sanções afiadas, anexos técnicos sem gordura, stress test cravado no limite. Nenhum deslize.
Procurei brecha. Nada. Nenhuma falha pra eu atacar, nenhum tropeço pra jogar na cara dela. A raiva latejou por dentro raiva porque ela tinha me vencido no meu próprio jogo.
Fechei o PDF com força, sem esconder o estalo da capa.
— Aceitável. — cortei, voz seca, dura, só pra diminuir.
Ela não piscou. Não baixou os olhos. Apenas ergueu um pouco a sobrancelha, como quem diz “tenta de
