JAMILE O restaurante tinha cheiro de madeira encerada e vinho recém-aberto. O teto baixo, as luzes indiretas, os garçons de luva branca circulando em silêncio como se fossem parte da decoração. O maître nos conduziu até a sala reservada: mesa posta para seis, mas só quatro lugares preparados. Valverde tomou a ponta oposta de Max, dono da mesa só pelo jeito de segurar o guardanapo. Davi, rápido como um predador barato, tentou a obviedade a cadeira ao meu lado, pelo flanco esquerdo. Eu vi o movimento e cortei. Cruzei firme, sem pedir licença, e sentei ao lado de Maximiliano. O arrastar da cadeira soou como recado: comigo, ninguém improvisa posição. Max não disse nada, mas o braço dele se ajeitou no encosto da minha cadeira, invadindo meu espaço sem pedir. O calor dele me queimava pela lat

