Ava se movia entre as mesas com passos cuidadosos, a bandeja equilibrada nas mãos trêmulas. Não era medo o que sentia, e sim cansaço. Cansaço de ser vista como nada. De ser ignorada. De ser lembrada apenas quando precisavam de um serviço feito. Mas ela já estava acostumada com isso. O que não estava acostumada era com o peso de um certo olhar sobre si. Gael. Ele não sabia explicar o que o irritava mais: o fato de que Ava sequer levantava a cabeça enquanto servia ou o modo como ninguém no salão parecia questionar aquela cena absurda. Como se fosse normal. Como se fosse aceitável. O sangue de Gael fervia, cada célula de seu corpo tomada por uma fúria crescente. Vulcano rosnava em sua mente, inquieto, incapaz de suportar aquela visão. Então, sem qualquer aviso, Gael perdeu a cabeça.

