Ava sentia sua pele formigar, uma sensação quente e incômoda que queimava levemente suas costas conforme caminhava pelo corredor. Ela não precisava se virar para saber. Ela podia sentir — como se fossem mãos invisíveis a tocando, traçando cada linha da sua coluna vertebral. Eram os olhos de Gael. Intensos, perfurantes, quase palpáveis. Ele a observava como um predador observa sua presa mais teimosa. Ao seu lado, Biel seguia tranquilo, um sorriso fácil brincando em seus lábios como se não percebesse ou não se importasse com o clima elétrico ao redor deles. Ou talvez percebesse, sim. Biel parecia ser do tipo que adorava provocar tempestades silenciosas. Parando em frente à sala de laboratório, Ava puxou uma respiração curta, como se precisasse de ar para afastar aquela inquietação que a co

