A porta finalmente se fechou atrás das ômegas em fuga, e o som oco do trinco sendo travado pareceu selar não apenas o quarto, mas também o coração de Sofi em uma câmara escura e silenciosa. Ela permaneceu ajoelhada no chão por alguns segundos, sentindo o frio das pedras e o ardor dos pequenos cortes nas palmas das mãos. As lágrimas vieram sem aviso. Grossas, pesadas, quentes. Escorriam por suas bochechas como lava, queimando memórias que até então ela tentava ignorar. Porque, na verdade, não era o porta-retrato em si. Era o que ele representava. O que ela havia perdido. Gael. Quando Sofi retornou de sua longa viagem pelos quatro continentes, depois de conhecer bandos pequenos e grandes, selvagens e refinados, guerreiros e místicos... ele não estava mais ali. Não havia só um espaço vago

