A sala de aula estava estranhamente silenciosa quando Ava entrou. Os alunos ainda se acomodavam em seus lugares, sussurrando comentários sobre os últimos treinos, cochichando nomes de professores e horários de provas. O ar tinha aquele cheiro de tinta apagada e madeira antiga, tão característico das salas de escolas. Ela entrou com passos hesitantes, os olhos varrendo o local à procura de um ponto conhecido — ou melhor, de alguém. Mas Gael não estava ali. Não no lugar onde tinha se sentado no dia anterior: a fileira de trás, bem atras dela, onde o cheiro dele costumava se misturar ao das folhas do caderno, onde ela sentia sua presença constante como uma brisa morna no pescoço. Onde ele às vezes resmungava baixinho sobre a aula ser entediante, ou onde seus olhos ardiam como brasa quando

