Perdas

1181 Words
Havia acabado de enterrar o seu pai quando recebeu uma notícia que o deixou extremamente zonzo, precisou se segurar na lápide de um desconhecido qualquer no cemitério para ter forças para assimilar tudo aquilo. - A sua mãe não aguentou - a madrinha lhe avisa e percebe que o rapaz estava quase indo com eles. - Como não madrinha? Como não? Era para termos paz agora e vivermos sem o meu pai nos atormentando madrinha... Como viveremos agora sem ela? Como? - questiona com as lágrimas inundando seu rosto. Pode parecer estranho mas Carmo estava dando graças a deus por ter levado o seu pai, ao contrário das prostitutas que ele alimentava ele e a sua mãe sabiam que o homem era um verdadeiro d***o na Terra então ele ficou feliz em ve-lo agonizando na sala afinal finalmente a sua mãe poderia viver feliz e livre, sem ele para atormentar. Agora não faria mais sentido ele ficar no país afinal seu alicerce havia ido embora. Mal havia saído do necrotério e haveria de voltar só que dessa vez ele não conseguiu entrar por que lhe doia saber que dessa vez quem sairia dali era quem ele mais amava no mundo. A casa inteiramente decorada da forma que a senhora amava, cheia das suas flores preferida e ela vestida com o seu vestido preferido, o perfume das rosas misturadas com as violetas só o faziam desabar em lágrimas aos pés do caixão afinal dessa vez junto com ela toda a alegria da casa iria junto quando ela saísse. - Precisamos ir querido - Teresa o puxa para longe d caixão mas ele parecia relutando em voltar para perto afinal era a sua mãe ali. - Não vão levar ela, não vão levar a minha mãe! Saiam! - grita afastando os homens mas ele não aguenta a dor da realidade, esta era que a sua mãe não voltaria mais dali. Ele apaga e fica desmaiado ali mesmo, sua vida escurece como a noite fria que vela a despedida final da sua mãe. - Onde ele está? Já acordou? - Jansen questiona se sentando no sofá da sala. - Não, e toda vez que levanta ele surta e temos que dopa-lo... Até quando? - se pergunta a senhora com uma dor no peito imensa. - Até sempre, este menino foi marcado de perdas e infelizmente a ferida não cicatriza mais... E eu sinceramente me preocupo com isso - pontua entristecido. - Senhora não é permitido a entra... - Onde está Carmo Zerlk? - uma senhora com um ar prepotente indaga com uma criança ao seu lado. - No momento ele não pode receber ninguém, por favor volte... - Eu não posso esperar, eu vim de Los Angeles para cá e eu preciso falar com ele urgente de forma pacífica caso queiram - pontua séria e Jansen volta seu olhar para ela e relembra de uma conversa com Gustavo. - Veja só, esta é a minha rapariga de um dos bordéis mais finos de Los Angeles - mostrou uma foto e ele olhou de relance - Maravilhosa em todas as formas. Deveria arrumar uma para si ao invés de correr atrás daquela velha - zomba o homem e Jansen fecha a cara. - Eu respeito a minha namorada e você deveria fazer o mesmo com a sua esposa, já imaginou se uma destas mulheres armam contra você? - cogita e o homem dá a sua risada marcante. - Ninguém nunca consegue armar contra mim e quem tentou você soube como acabou - dá um sorriso maléfico - Cuide de tudo por que hoje chegará uma remessa de novas garotas no cassino e eu não posso perder - levanta indo embora e o homem só lamenta o quão baixo e escroto o seu melhor amigo de tornou. - Você é a concubina que ele tinha em Los Angeles? - confirma com um certo receio. - Não sou concubina, minha profissão era dar prazer aos clientes dá casa mas não é assunto para falar com uma criança ao lado, eu vim revogar os direitos da minha filha - pontua e eles ouvem Carmo descendo as escadas, ou o que restou dele. - O que eu tenho a ver com isso? - indaga o rapaz sério olhando para a bela crianças que brincava com o seu colar. - Esta menina é sua irmã e tem direito a tudo que o seu pai deixou, sem contar que eu creio que neste momento você precise de um ombro amigo - aproxima a menina do rapaz mas ela volta para próximo da mãe. - Aí é que está, eu ainda não sei exatamente o que ele deixou sem contar que temos que ver todos os trâmites legais, isso vai demorar muito - afirma pegando um copo na mesa ao lado do sofá e enchendo de uísque. - Eu não tenho pressa desde que assegure honestamente que irá dar o que ela tem direito - entrega alguns papéis a ele - Pode refazer os que quiser mas acho que isso vale por tudo não? - mostra a marca no pulso que a garota tinha. - Realmente vale muito, você é uma das muitas que o meu pai usou como passatempo e eu peço perdão por isso - coloca o copo na mesa - O meu padrinho pode te ajudar com tudo que precise eu terei que sair um pouco - vai até a porta mas Jansen vai até ele. - Não vai sair nesse estado para lugar algum - o segura pelo braço. - Eu preciso sair daqui padrinho - implora o olhando com angústia - Eu não aguento mais esse lugar eu preciso ir embora. - Ok... Mas não dirija. Pegue um táxi - ordena e ele assente. Ele ordena que os Seguranças não o deixassem dirigir e um deles leva ele até o seu apartamento do outro lado da cidade, seu refúgio era ali e era uma das poucas coisas que ele havia herdado da mãe que o seu pai não tivesse tomado. - Carmo - alguém bate na porta - Carmo! - Seja lá quem for que vá embora e não volte mais - pede sentado no chão. - Carmo abre por favor é sério - insiste e ele levanta bravo. Ao abrir a porta ele fica surpreso ao ver que era a estagiária da sua madrinha, parecia assustada e preocupada então ele pergunta: - O que você está fazendo aqui Violeta? Seu expediente acaba na sexta e hoje é domingo - afirma sério e a garota engole seco antes de dizer o que tinha sido direcionado para que ela notíciasse. - Primeiramente meus pêsames, e segundo... É... É... - gagueja por um bom tempo até que Carmo toma os papéis que ela estava na mão e começa a ler eles - Era isso que eu ia falar... - A empresa está falida é isso mesmo? - dobra os papéis e os segura com a mesma mão que estava na porta. - E este não é o pior dos problemas - afirma com receio. Tinha como tudo piorar ainda?
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