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879 Words
Maria Clara Narrando - Que noite agoniante cara, o que eu custei pra dormir não está escrito. Fiquei com a cabeça a mil, pensando mil coisas e cheia de medo de dormir, não queria ter pesado e incomodar ninguém, não estava afim mesmo de ficar dando trabalho pros outros, daqui a pouco o cara está me vendo como um peso e essa não é a intenção. - Acordei bem cedo, arrumei o quarto todo, tomei um banho rápido, escovei os dentes, coloquei uma calcinha qualquer, um short largo e um top, fiz um r**o de cavalo no cabelo, passei um hidratante e desodorante. Desci, preparei meu café e fui arrumando a casa toda na parte de baixo, o truque é se manter bem ocupada para não pensar merdas. - Tomei meu café na santa paz de Deus, como eu amo um cafezinho cara. A cada gole eu me sinto abraçada, é coisa de velho, mas é a sensação que eu tenho hahahahah. Terminei de arrumar toda a parte de baixo, lavei banheiro, blindex, a parte gourmet, todos os cômodos em baixo, corredor da parte de cima, as escadas e até os quartos desocupados. Só não vou arrumar o quarto do bonito, ele que arrume, euem. - Já fui adiantando algumas coisas pro almoço até que meu celular apitou e era mensagem da Bianca, fico feliz que ela tenha lembrado de mim hahahahah. Whatsapp On. Bianca: Bom dia, mana. Se liga nesse flyer que vou te mandar. Maria Clara: Bom dia, mirmã. Manda ai. Bianca: IMAGEM... pagodinho lá no Mirante da Rocinha, começa de tarde e dá super pra eu levar minha irmã. Bora? Maria Clara: To dentro, é hoje? Bianca: Isso, começa às 17h, se sairmos às 18h já está ótimo. Maria Clara: Fechou, 18h tô ai na sua casa, me manda a localização. Beijos, até daqui a pouco. Whatsapp Of. - Amo pagode cara, vai ser tudo. Esquecer um pouco dos problemas, ver caras novas, pessoas bonitas e outras feias, não importa. Só quero ver gente hahahahah. - Fiquei distraída mexendo no celular até que o abençoado chega na cozinha com aquela cara de ontem, pega uma xícara de café e me olha. Não dei um piu, fingi que não estava nem vendo ele. Terror: Bom dia! - Falou levando a xícara até a boca. Maria Clara: Quase boa tarde né. - Disse sarcástica. Terror: Privilégios de ser um dono de morro. - Falou com uma soberba que só. Maria Clara: Pois é, privilégios. Como eu não tenho nenhum, deixa eu terminar de fazer minhas coisas que já já eu vou pro pagode viver. - Disse feliz e estonteante. Terror: Bom pagode pra você, estou destruído. Hoje só estou existindo. - Falou passando por mim e indo pra sala. Maria Clara: Estou vendo, brigou até com uma gata né. - Disse irônica. Terror: Gata não, cachorra mesmo hahaha. Mas como tu sabe? - Falou de uma forma perversa que me embrulhou até o estômago. Maria Clara: Me poupe dos detalhes, tá todo arranjado né. - Disse indiferente. Terror: Tá me reparando muito, não acha? - Falou sorrindo com aquele sorriso que eu tenho vontade de esmagar a cara dele. Maria Clara: Olha no espelho, até uma pessoa míope igual a mim veria, mas enfim. Cada um com suas gatas e cachorras, deixa eu fazer minhas coisas. - Disse dando as costas pra ele. Terror: Ver lá o que tu vai fazer nesse pagode em, pega a tua visão. - Falou gritando lá da sala. Maria Clara: Pode ter certeza que não vou brigar com nenhum gato e muito menos cachorro. Se bem que eu gostaria hahaha. - Disse rindo. Terror: O QUE MARIA??? - Falou vindo pra cozinha. Maria Clara: Ué, não to morta. Só uns beijos e uns amassos. - Disse provocando. Óbvio que não vou fazer isso, mas ele quer jogar e eu também sou boa nisso. Terror: Deixa eu saber pra tu ver se não te deixo com um corte novo que surgiu no Rj a pouco tempo. - Falou sério e foi pegando uma garrafa de água na geladeira, a ressaca quando não mata, humilha. Maria Clara: Se manca, porque eu não posso, não estou te entendendo. - Disse autoritária. Terror: Porque eu não quero, aqui sou eu me mando, no meu morro sou eu que mando e você não pega ninguém aqui. Falei e tá falado! - Falou me dando as costas. Maria Clara: Manda em tudo e menos em mim, veremos. - Disse firme. Terror: O último que me desafiou está a dez palmos da terra e ao lado do capeta. - Gritou da sala. Maria Clara: Morrer seria um favor que você me faria, coração. Descansa vai! - Disse e deixei ele falando sozinho. - Sei que talvez tenha sido uma brincadeira com um pouco de verdade, mas fiquei p**a. Quem ele pensa que é gente, agora mesmo que vou dar uns beijos sem vontade e sem saber beijar, o escolhido do pagode só não pode explanar por aí que eu beijo m*l, se não vai ser horrível hahahahah. Agora ele vai ver quem eu sou, tô tomando coragem pra tudo nessa vida, até mesmo pra colocar cada pessoa em seu devido lugar, ninguém me manda, eu sou dona de mim.
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