Coroa de Sangue

♈Cap 2 - Viagem Maldita ft Não ande pela floresta.

Jonas

Decidi fazer uma viagem para a minha propriedade no interior, Melisse odeia o campo mas eu preparei uma surpresa para ela lá e creio que talvez ela goste, caso contrário eu continuarei tentando alegrar os últimos momentos da minha princesa comigo.

Volta e meia eu me lembro de uma das palavras mais dolorosas que eu já ouvi na minha vida, e elas não foram ditas com a intenção de ferir, elas foram ditas de forma sincera apenas mas com uma sinceramente tamanha que ficaram martelando na minha cabeça.

Flashback on

— Minha querida não pode trabalhar como artista. És uma princesa, ao invés de mexer com pincéis nas mãos irá lidar com o peso de uma coroa na cabeça.

— Uma coroa de sangue papai... Eu não quero ser princesa, muito de um reino inesistente e com uma coroa de sangue - brada a pequena aos prantos.

Flashback off

Realmente essas palavras me doeram e ao mesmo tempo me deixaram espantado por que ela tinha apenas quatro anos quando proferiu tais palavras e é algo de se assustar, ela era para ser uma criança inocente e não uma criança com total ciência do que acontecia ao seu redor.

Algo que não me impresionou tanto depois que eu percebi que naquela época foi muito recente a morte da mãe dela e Melisse que a encontrou sem vida, ela assosiou a morte da mãe com o ambiente na qual elas foram inseridas injustamente e mesmo Mirella tendo morrendo de forma natural, é algo a se pensar.

As vezes eu imagino que se ela mesmo poupada de tudo tem essa consciência e esses traumas o quanto o pequeno Werkning deve ser sofrido em seus quatro anos de vida, Will o amava tanto e assim como eu queria afastar ele dessa vida mas... Não conseguiu.

Saio do quarto em direção ao aposento dela, abro a porta com cuidado e ela estava como sempre pintando no canto do quarto ao lado da cama, o cheiro da tinta é insuportável e eu não sei como ela aguenta porém não é isso que me impressiona e sim a beleza dos quadros que ela pinta, faço questão de expor eles na sala e nos corredores da empresa e todos admiram esse talento dela e eu também, porém lamento que ela não consiga seguir esse sonho e também não poder desfrutar desse "dom".

Ela vê que eu a observo da porta e guarda seus pincéis voltando sua atenção para mim, me aproximo dela e com cuidado falo sobre a viagem afinal Melisse é explosiva e principalmente quando é obrigada a algo.

— Querida teremos que viajar para o interior.

— Por que papai ? Eu posso ficar ? - implora ela.

— Dessa vez não. Mas pode levar seus materiais...

— Papai eu não quero ir para lugar nenhum ! Amenos que fujamos daqui para sempre - sugere ela animada.

— Infelizmente. Dessa vez não iremos fazer isso. Te espero lá embaixo, traga roupas de frio - alerto saindo do quarto.

Escuto mesmo de longe ela bufar de raiva e lamentar e também xingar quem rege o universo por ela simplesmente não ter poder de escolha. Ah querida como eu queria também quero quem rege o universo me escutasse.

A espero na sala sentado, já mandei prepararem o carro e enquanto a espero vejo as coisas para a reforma da propriedade que comprei.

...

— Vamos - diz ela descendo com as malas bufando de raiva.

— Lise melhore essa cara - peço me levantando.

— Papai é impossível - reclama ela.

— Eu sei querida. Mas pelo menos aproveite esse tempo longe dessa mesmice poluída ok ? - sugiro animado.

— Ao menos vou poder sair e passear pela vila ?

— Lise você sabe que não. Não desse jeito que você quer danadinha - brinco.

— Que saco ! - exclama ela saindo a passos duros em direção a porta.

Ela não queria passear pela vila em busca de inspiração e eu a "prendo" por que sei que ela é inconsequente, da última vez que a deixei sair sozinha ela tentou fugir para África.

...

Jonas entra no carro e senta-se ao lado de Melisse que estava extremamente brava mas também cansada, então ela não aguenta sua birra por muito tempo e acaba dormindo no colo do pai até eles chegarem no interior.

Jonas a tira do carro e a leva para dormir em seu quarto, lá ele a deixa e vai olhar a reforma da casa.

Melisse dorme por algumas horas até a seu sono se vai e ela decide pintar para se distrair, ela monta um cavalete improvisado e pega algumas tintas na mala e tenta reproduzir a paisagem, ela consegue porém seu desejo de liberdade acaba virando uma fúria e ela destrói o próprio desenho enquanto grita de raiva e lamentar por não poder sair, e nem ter liberdade.

— Eu não aguento mais ! - grita ela se levantando da cama em um levante de fúria.

Seu quarto era perto da porta dos fundos e ela aproveita isso para sair para o quintal que estava coberto por uma grama alta, ela observa a paisagem ao seu redor ao ver os montes decide andar pela propriedade para ver mais a paisagem e se inspirar.

A grama da propriedade Berlmont era a mais clara da região, não tinha um motivo específico. Mas ela também era a mais alta e estava cobrindo a cintura de Melisse, qualquer pessoa teria um receio em entrar em uma grama tão alta porém como Jonas disse Melisse era impulsiva e inconsequente.

Ela acaba indo até o final da propriedade, lá não tinha mais a grama alta e sim uma grama mais rala e umas pedras enormes no lado de dentro da cerca, ela se senta em uma delas e respira fundo, olha ao seu redor e fala :

— Esse lugar é incrível !

Ela se pergunta o por que da grama alta ter acabado e também o que aquelas pedras faziam alí, ela tinha curiosidade em saber o que tinha além da floresta porém se lembrou dos alertas do seu pai para nunca passar da cerca. Porém ela ignora esse alerta e ultrapassa a cerca e decide andar pela floresta.

...

Melisse já tinha atravessado toda a floresta que não era grande, no final dela havia uma grama indentifica a da casa dela o que fez a garota achar que tinha voltado a sua propriedade, ela segue entrando na grama e percebe que na verdade ela achou um morro em meio a um vão verde sem fim, ela não estava em casa e nem ao menos perto dela.

Com a passar do tempo Melisse se cansa e desiste de procurar o caminho de volta, ela então decide se sentar na grama alta porém como ela estava cansada perde o equilíbrio e acaba caindo e batendo sua cabeça no chão.

Já estava muito tarde e o seu ameaçava vir uma enorme tempestade e ao que parecia, Melisse não estava sozinha naquele morro coberto de grama alta.

...

O que será que vai acontecer hein ?

...

Galerinha venho pedir que vocês interajam sem medo ok? Comentem, curtam, apostem suas teorias !