Vista como um objeto

1412 Words
[COLOQUEI OS AVISOS COMO PRIMEIRO CAPÍTULO, LEIA POR FAVOR, A RESPOSTA PARA SUA PERGUNTA ESTÁ LÁ] FLÁVIA  Parei em frente ao espelho e observei a ferida que ainda cicatrizava. Ser uma Lucchesi implica isso. Você sabe que um dia terá uma cicatriz dessas, só não sabe quando e se vai sobreviver ao tiro. No meu caso, posso dizer que dei sorte no azar do Dimitri fazer a cagada de atirar na mulher que estava com uma arma apontada para mim. Que diabos ele pensou naquele momento? Que a mulher estava de brincadeira? Que ele seria mais rápido do que ela? De certo ele é o melhor atirador da família Lucchesi, pode ser rápido, mas não é o flash. — Senhorita Lucchesi? — Amélia bateu na porta do meu quarto. — Entra, Amélia. — amarrei o meu roupão. Eu tinha acabado de sair do banho quando inventei de mandar mensagem para o consigliere. Então larguei o celular e fui procurar uma calcinha. Ela entrou no meu quarto. — Tem um senhor aqui querendo falar com a senhorita. — Quem? Meu pai? — deduzi. Só ele quem sabe o meu endereço atual. Estou fugindo dos problemas da família. Os Callalto estão querendo aniquilar a família Lucchesi, e por ironia do destino eu carrego esse sobrenome. — Não, sou eu. — Thomas empurrou a porta e passou na frente da Amélia. Meus olhos se arregalaram. Eu fiquei bastante nervosa no momento. Nunca que eu imaginei que o Thomas apareceria na minha casa. Thomas é meu primo mais psicopata. Ele é um ogro, é c***l, ele é um selvagem vestido com Ermenegildo Zegna. — Amélia, você pode ir. — eu fixei o olhar nele. — Como descobriu o meu endereço? — Perguntei a seu pai. — seu semblante frio me causava calafrios e dei graças por estar usando um roupão que encobria qualquer pelo que ousasse arrepiar. — Perguntou ou o ameaçou? — não duvidei de seus meios. Thomas sabe ser baixo. Eu tenho medo, mas não baixo a cabeça pra parente nenhum. Um dia desses eu mandei essa família toda pra aquele lugar. — Para mim o fim justifica os meios, logo, estou aqui, onde eu queria, independente do que fiz pra chegar aqui e você vai fazer o que eu mandar. — ele deu um passo a frente. Eu vi em seus olhos que ele tinha os piores planos. — Desculpa, mas eu parei de fazer caridade há um tempo... — abri minha gaveta de calcinhas e comecei a escolher. Se eu não vejo o que pode me dar medo, eu não tenho medo. Logo, desviei o olhar. — Eu não estou fazendo um pedido. Estou avisando que você vai fazer o que eu quero. E eu quero o Frederico Callalto nas minhas mãos, sei que ele aparece só de você bater o dedo, então você vai bater a p***a do seu dedo e trazer esse cara pra mim. Eu já poderia imaginar. — Olha, Thomas, por mais que eu me comova com a sua saga de viúvo vingativo e que eu amasse a Andreia, não vou me prostituir mais por essa família. — falei com a maior calma do mundo e escolhi uma calcinha nada sexy. Eu preciso de conforto. — Dá pra você de virar? — balancei a mão em um círculo invisível. Ele se virou e eu também fiquei de costas para vestir a minha calcinha. Quando terminava de passar a peça de roupa pelo outro pé, senti o frio da boca do cano do seu revólver em meu pescoço. — Levanta. Eu não tô pra gracinha. Eu odeio esses meus parentes! — Olha, reuniãozinha de família! — Ouvi a voz do Dimitri na porta do meu quarto. — Mas que p***a! Estão divulgando meu endereço no f*******:?! — indaguei chateada. — Uma reunião para a qual você não foi convidado. — Thomas disse ríspido. — Eu disse pra ficar no carro! — Porque não tira essa arma de perto dela, Thomas? — ele sugeriu se escorando na porta. — Porque eu preciso que ela faça o que eu quero, mas ela não quer colaborar! — Não mesmo. — aproveitei que ele estava distraído conversando com o Dimitri e num movimento rápido, segurei a arma e a arrastei de sua mão, até que ela caiu por perto do Dimitri. — Eu já disse que não estou brincando, Flávia... — ele enfiou sua mão em meus cabelos e os puxou para baixo. Doeu pra caramba. Dimitri pegou o revólver do chão e o rodou envolta de deu indicador, enquanto se escorava na porta. — Larga ela cara. Você disse que vinha fazer uma visita, não espancar a garota. — A conversa ainda não chegou no reformatório. Agora me ajuda a levar essa v***a pro meu carro. Ou você também não quer vingar a morte da Andreia? — ele foi me arrastando até o irmão. Eu estava me preparando para lhe dar uma rasteira, mas seus culhões estavam mais ao alcance das minhas mãos, então eu fui nesse ponto fraco. Arrastei com tudo e ele soltou a minha mão de imediato, então finalmente eu pude correr para a minha cama e peguei a minha arma, deixado minha calcinha voltar para o chão. Me virei para os dois com a arma apontada. A minha arma da disparos mais rápido do que a deles. — Vocês dois, metam o pé da minha casa agora! Thomas bufou e Dimitri ficou me encarando com cara de paisagem. — Vai. Atira! — o mais grosso incentivou. Ele pediu, eu atirei um palmo acima da sua cabeça. Eles se assustaram. — O que foi? Acham que porque eu sou mulher não tenho coragem de atirar? Eu sou a pior de todas, esqueceram? Agora dêem um fora da minha casa! — pedi com os dentes cerrados. — Se vocês aparecerem de novo aqui, eu garanto que com ao menos um furo vocês saem daqui. — Vamos embora, Thomas. — Dimitri o puxou pelo braço. Alguém sensato. — Não! Eu não vim aqui pra dar viagem perdida! Me dá essa arma! — ele tentou tomar o revólver da mão de Dimitri. Acertei mais um tiro. Agora no chão. Bem perto dos pés deles. — Você tá louca, Flávia?! — Dimitri saiu do quarto, olhando assustado para mim. — Você pode ser o melhor atirador da família entre todos os homens, mas quando se trata das mulheres sou eu a melhor. — dei um passo para a frente. Thomas baixou a guarda. — Eu estou indo embora da sua casa, mas não significa que vou sair da cidade. Eu não vou embora sem você, Flávia. — ele se afastou. — Vai sim. — fui atrás deles, com uns dois metros de distância para garantir que ninguém ia me desarmar. Até que eles saíram da minha casa e foram embora num carro. Eu só baixei a guarda quando não vi mais o carro. — Amélia. — Sim, senhorita. — Arrume nossas malas. Nós vamos embora desta cidade. — abaixei o revólver e fechei a porta da frente da minha casa. Cacete! Quando eu estava com a minha paz estabelecida, paquerado o lindo do consigliere da nossa família, me vem o Thomas com sua sede de vingança inescrupulosa! Eu não vou atrair Callalto nenhum. Não vou me envolver com aquele cara porque o Thomas quer. Era só o que me faltava. Voltei para o meu quarto e procurei uma roupa. Enquanto a Amélia arrumava as coisas, eu saí com meu carro para espairecer um pouco. Demorou muito para encontrar uma cidade onde não se ouvia Lucchesi ou Callalto. Me estabeleci neste lugar e até perdi o medo de sair. Mas agora tudo está voltando. Fui a um barzinho que sempre visito aos sábados. Desta vez vim numa quinta. Thomas não vai me procurar agora. — Que milagre você por aqui num dia de hoje. — a garçonete comentou colocando a minha bebida preferida. — Dia tenso. — eu virei o copo e coloquei para ela encher de novo. Eu gosto desse barzinho. É o lugar mais legal da cidade. Sempre venho por volta das 18h e só volto no outro dia. São os meus peguetes que me distraem. Mais ou menos 1 hora depois ali conversando com a minha amiga garçonete, entre um atendimento e outro que ela fazia, recebi um bilhete. [Podemos conversar?] — Aquele bonitão ali que mandou. — ela apontou numa direção e eu acompanhei com o olhar. Era o Dimitri.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD