Calíope Narrando
Saí do banheiro sem olhar pra trás, ouvindo ele rosnar o meu nome. senti que minhas pernas não obedeciam direito. Não sei se eu me imagino como a personagem do livro que eu mesma escrevi, ou se eu simplesmente não sabia nem por onde começar a pensar. Meu coração batendo como se quisesse sair pela boca, e cada passo parecia um desafio.
O corredor parecia mais longo que antes, e as luzes piscando só aumentavam aquele clima de filme — mas não era suspense, era um misto de tensão e adrenalina. Percebi alguns olhares femininos me medindo, talvez tentando entender o que tinha acabado de acontecer antes de eu entrar no banheiro. No final do corredor, vi o Curupira parado. Arqueei a sobrancelha, no automático. Ele só revirou os olhos, como se dissesse que sabia mais do que devia
