Caliope Narrando
Terminei de atravessar a rua com aquela sensação esquisita grudada em mim. Olhei na direção da moto sumindo na esquina, o barulho do motor ainda ecoando na minha mente, e balancei a cabeça como quem tenta espantar pensamento r**m. Mas não adiantou. Aquele clima sombrio ainda tava no ar, como se tivesse ficado preso no meu peito.
Era estranho demais. Sabe aquela sensação de que você conhece uma pessoa que nunca viu? Foi exatamente isso que senti. E olha que eu nunca tinha visto aquele cara com os próprios olhos. Só ouvia a Érika falar dele. Toda vez que eu perguntava o que ela ainda fazia morando nessa comunidade, se ela não tinha medo... ela só dava um sorriso debochado e mudava de assunto. Mas sempre deixava escapar algo sobre ele.
Sentei na mesa junto com ela. A Érik
