Calíope Narrando Eu nunca pensei que ia acordar no Turano desse jeito. Acordar e perceber que cada passo que dei, cada escolha que achei segura, tinha me colocado bem no meio do olho do furacão. Eu ainda estava tentando processar tudo: a descoberta que eu era a Calíope, que minhas palavras, meus capítulos, meus segredos estavam sendo expostos para o chefe do comando e para a comunidade inteira. Meu coração acelerava só de lembrar o olhar dele, Cérbero, quando me pegou quase que sem perceber. Um olhar que não precisava de palavras para avisar o quanto eu tava ferrada. Arrastada para os fundos do galpão, eu senti cada passo dele ressoar no chão de concreto frio. Abriram um portão de latão pesado, uma porta que parecia ter séculos de história, com aquele rangido horrível. Um dos caras me em

