Calíope narrando Ainda tava com o coração disparado, a Érika tagarelando do outro lado da linha. Revirei os olhos, largada no sofá. Eu sabia que ela não ia desistir tão fácil — mas também, eu não sou flor que se cheire. Quando eu falo não, é não; quando eu falo sim, sou a primeira a chegar. Só que, dessa vez, ela tinha razão… Depois da adrenalina de hoje, daquela prova perfeita que eu arrebentei em pleno sábado, ouvindo elogio de todo mundo da turma… não é sobre querer ser melhor que alguém, é sobre amar isso. Amar sentir que minhas ideias, minha forma de escrever, meu jeito de me impor, deixam as pessoas de boca aberta. Me despedi dela e subi pro quarto. Joguei o notebook na cama, abri meu aplicativo de escrita e já deixei no título: "Guardião do Inferno – Narrando". Respirei fundo, mas

