Capítulo 161Cérbero

1282 Words

Cérbero narrando Não tem bagulho que me derrube, visão. Já enterrei irmão, já perdi amigo de infância pro caveirão, já passei fome, já me viro desde pivete. Sempre fui o cão que morde antes de latir. Só que agora… agora eu tô desarmado. Não de pistola, porque isso aqui nunca me faltou na cinta, mas de alma. Porque eu olho pra Carol, toda queimada, fødida, os olho cheios de dor, e sinto que nada do que eu faça vai arrancar esse peso do peito dela. E isso me mata por dentro. O rádio chia de novo, quebrando o silêncio que tava pesando igual pedra. Pego ele, mas antes de sair encosto a mão na porta. E é aí que escuto: o gemido baixo, o choro dela comprimido no travesseiro. Fecha a garganta, viadø. Eu balanço a cabeça, negø pra mim mesmo, aperto os dentes. Eu não forçar, não posso pegar pesad

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