Caliope Narrando Eu não tava acreditando… sério, parecia piada. Cérbero praticamente me arrancou de dentro do baile, como se tivesse decidido por mim que a noite tinha acabado. Eu ainda tava com o gosto da bebida queimando na boca, a música batendo forte no peito, e a cena não saía da minha cabeça: aquela parede de homem descendo do camarote. Foi um choque, tipo um “choque” que desceu pelo corpo inteiro, me arrepiando inteira. E eu? Continuei na minha. Dancei, bebi, ri. Fingindo que não era comigo. Fingindo que aquele monumento de gelo que me vigiava de canto não tava me consumindo com o olhar. Ele parado ali, parecendo um guardião. E eu ri sozinha, porque fazia sentido… não é à toa que o vulgo dele é Cérbero: guardião do inferno, cão do inferno. Só que agora esse guardião resolveu vigi

