O pecado mora ao lado

Capítulo 5

Eu podia ouvir sua surpresa através de seu silêncio. Eu nunca lhe pedi nada extra ou especial quando concordei em assumir este trabalho. Mas eu precisava de uma coisa agora.

— Tem alguma coisa errada?

Pelos anos de prática, a minha resposta foi automática:

— Não. — Então eu suspirei e admiti: — Sim, sim, fodi tudo. Está tudo errado. Nós realmente precisamos conversar.

— Isso parece r**m. Porque você não vem até o meu escritório? Eu prefiro ouvir o que você tem a dizer pessoalmente — disse com aquela voz calma.

— Ok — eu concordei em silêncio, desligando o telefone.

Caminhei até o escritório como os condenados caminham para a morte.

— Entre — Ele acenou, recostado na cadeira. Quando ele viu que era eu — O que posso fazer por você, Tati?

Leve seu filho pra longe de minha vida!

— Hum, eu meio que tenho um problema com James e eu gostaria de ser transferida para um setor diferente...

Christian franziu a testa.

— Que problema? — ele me analisava.

— Eu... Veja bem, sobre isso... — Eu parei, relutante até mesmo de começar.

— Tati, porque você não senta e me diz o que aconteceu? — Ele sugeriu calmamente, apontando para a cadeira de encosto reto na frente de sua mesa.

Obedeci e acabei sentando e olhando para o rosto de Christian. Ele era uma versão de James loira de olhos azuis. Eu juro que tinham quase o mesmo rosto, exceto os seus lábios.

James tinha os lábios de Clare.

Ficamos calados por um momento antes de Christian ajeitar sua gravata.

— Bem, Tati, que tipo de briga se iniciou, que é grave o suficiente para que você queira ser colocada em um setor diferente?

Ele não fazia rodeios, não é?

— Christian, eu sinceramente estou com vergonha de contar. Sem falar que se você souber a história toda, você provavelmente culparia James e ele não tem culpa das minhas loucuras.

— É r**m assim?

Concordei.

— Bastante. Enfim, eu pedi – bem, eu meio que exigi – para James se mudar para fora do meu apartamento, o que não vai fazer diferença se eu ainda tiver que tolerá-lo no trabalho.

— Tati, você nunca tolerou o meu filho, pelo contrário, vocês se amam como irmãos... O que aconteceu? O que James fez? — Ele pediu insistentemente.

Ele pareceu apenas o suficiente com James, e eu fui capaz de fechar os olhos em uma expressão suplicante.

— Por favor, Christian — eu implorei. — Eu não posso lidar com isso, eu sou uma i*****l.

Ele suspirou cansado.

— Tudo bem, eu vou mudá-la de setor. Mas não espere que eu deixe isso de lado. Se James fez algo errado, então ele precisa consertar...

— Ele não pode resolver este problema, Christian, porque o problema é só meu — eu murmurei, levantando-me do meu assento. — Obrigada, mesmo assim.

— Eu devo tê-la transferido até o fim desta semana — Ele respondeu de forma sintetizada, um pouco frustrado com a minha recusa em informá-lo.

Eu ofereci um sorriso hesitante e sai do escritório, recebendo ainda um outro olhar de Sarah quando reapareci lá em baixo. Não me importando que conversas pessoais eram proibidas aqui, eu fiz um caminho mais curto até ela. Ela estava zumbindo com perguntas antes mesmo que eu estivesse perto para ouvir.

— Tati, por que diabos você estava atrasada e suada quando você entrou? E por que James entrou logo após você? Por favor, me diga que você não fez isso de novo...

Revirei os olhos para ela.

— O elevador quebrou e o ar condicionado estava desligado. Foi só isso, ok? — Eu disse evasivamente. Eu não divulguei o fato de que eu praticamente de que James lá.

Ela me deu um olhar como se eu não estivesse sendo sincera.

Suspirei.

— Certo, certo. Ele me beijou. Ok? Nós apenas nos beijamos. Foi isso — eu reclamei.

Claro, Eddie escolheu esse momento para se aproximar. Deus, ele era tão r**m como qualquer uma garota fofoqueira. Pior ainda.

— Você transou com James de novo? — Ele perguntou explicitamente.

Meu queixo caiu e eu olhei para ele por uma faixa de dez segundos antes da percepção verdadeira do que ele disse tomar conta de mim. Olhei para Sarah.

— Você não segurou a p***a dessa boca! — Eu assobiei para ela.

Ela deu de ombros, sem arrependimento.

— Eddie é seu amigo, também. E ele é amigo de James também. Ele tinha o direito de saber!

— O direito de saber da merda da minha vida?

Depois de dar o olhar mais venenoso que eu poderia dar, virei meu olhar de volta para Eddie com nojo.

— Escuta aqui, seu grande i****a. O que aconteceu entre James e eu não era e não é nada da sua conta. Entendeu? Mas como você já sabe, eu gostaria de informar que a única razão pela qual isso aconteceu foi porque James foi um babaca e eu consumi o ato em retorno puramente por ódio.

— Meu cu, garota! Todo mundo sabe que você é louca por mim. — uma voz totalmente-bem-familiar suspirou no meu pescoço.

Me virei e encontrei James de pé bem atrás de nós, aparentemente ouvindo cada palavra que eu disse com uma expressão escura no rosto. — Sarah, a quanto tempo esse i****a está ai?

— Desde que você começou a gritar, se falasse baixo...

— Tati, venha ao meu escritório, AGORA!— James disse, e já foi se retirando. Eu bufei. Não havia nenhuma maneira no inferno.

— Mas nem em sonho e...

— Isso não foi um pedido. Eu estou dizendo a você como o seu chefe — ele rosnou para mim. Oh Deus, Christian tinha dito a ele que eu estava sendo transferida? Merda, merda, merda!

Fingindo indiferença, encolhi os ombros e rolei meus olhos, seguindo após ele. Nada de bom ia sair disso. Sarah deu um olhar preocupado por sobre meu ombro, e vi ela balbuciar as palavras:

— Seja forte — Eu sabia que o que Sarah falou significava não ter relações sexuais com ele. Não ser forte de verdade.

James segurou a porta de seu escritório aberta para mim e prontamente agarrei-a fechando quando eu estava lá dentro.

— Você foi até meu pai, qual é a sua? — me perguntou suavemente.

Maldito Christian!

Ninguém aqui pode manter suas malditas bocas fechadas?

James pareceu ler a minha expressão como um sim, porque ele continuou.

— Tati, eu não quero que você saia.

— Porquê? — o encarei.

— Porque... Porque, eu não quero — Ele disse em um tom frustrado, correndo a mão pelos cabelos.

— Isso não é o suficiente, James.

— O que é o suficiente, então?