O Filho da Minha Madrasta

Capítulo 7

Não vou negar que eu estava assustado, e uma parte de mim sentia uma culpa por não tê-la ajudado a fazer algo para comer.

Por mais que essa estúpida fosse o meu campo de estresse, ela ainda estava em minha responsabilidade. O médico falou que a Zoe tem asma, e devido ao pequeno incêndio, ela teve um ataque de falta de ar. Se ela tivesse ficado mais tempo lá, ela poderia já estar morta.

Enquanto eu estava sentado em uma poltrona branca e dura. O clássico de um hospital de Nova York. Coloquei as mãos na cabeça, me sentindo perdido e a observei dormir.

Por alguns segundos eu não havia reparado o quanto os cabelos de Zoe eram longos... E tão castanhos?

E muito menos havia reparado o quanto os seus lábios eram avermelhados.

Engraçado como eu tenho que parar por alguns minutos, para conseguir reparar em alguém. Porque se não eu passo os dias da minha vida sem observar nada. Mas porque eu perderia meu tempo observando a filha do meu padrasto?

Não vou negar que a garota é bonita. Mas irritante quando abre a boca.

Zoe abriu os seus olhos lentamente, em direção a mim.

Ficamos mantidos em silêncio olhando um para o outro. Até que o médico abriu a porta, cortando a troca de olhares.

- Olá? Bom dia. Parece que a senhorita já acordou.

Nós mantemos calados e ele prosseguiu.

- Bom, como está se sentindo?

- Bem...

- Que bom que esteja melhor Zoe, você quase foi axifiada. Mas por pura sorte você chegou a tempo no hospital e fizemos todo o processo para você ficar bem. Mas a próxima vez que isso ocorrer, tente sair o mais rápido do local. Não tente apagar o fogo, absolutamente nada. Pois como você sabe... A lesão pelo calor pode provocar grave edema (inchaço) das vias aéreas, obstruindo a passagem do ar para os pulmões, de modo semelhante ao que ocorre em casos de alergia grave e edema de glote. Sem conseguir respirar, o indivíduo morre por asfixia.

Permaneci calado, porém assustado.

-Você é o quê dela, irmão? - Perguntou o médico.

-Sim, eu sou irmão dela.

-Ela ganhará um atestado para não ir à escola, ela ficará mais um dia no hospital para repouso e observação, e depois poderá retornar para casa. Assim que ela retornar. Ficará mais um dia em casa de repouso, e poderá voltar normalmente para o colégio.

- Sim doutor. Irei levar o atestado dela. - Respondi sério.

- Certo. Vocês já são de maior?

- Eu já tenho 18, doutor.

- Que bom. Bem, irei mandar a enfermeira trazer algo para vocês dois comerem e já trago a folha de atestado.

Eu e Zoe nós mantemos calados, enquanto o médico abria a porta e sumia de nossas vistas.

Zoe

Assim que o médico saiu do quarto, Caio olhou novamente para mim. Os seus olhos demonstravam raiva e preocupação. Eu já sabia o que estava por vir, e sinceramente eu não estava bem pra isso.

- Por que não me contou que tem asma?

- Porque eu perderia meu tempo com isso?

- Você quase morreu Zoe. Além de quase incendiar a casa inteira.

Virei o rosto de lado.

- Acho que você já está grande demais, para ficar se metendo em situações perigosas e idiotas. Não acha? É uma inrresponsável.

Soltei um sorriso debochado. Inrresponsável?

- Inrresponsável? Pelo amor de Deus. Você deu uma porcaria de uma festa, logo depois dos nossos pais irem viajar! E ainda deixou toda a bagunça para eu limpar, que a propósito eu nem dei conta de limpar aquela porquisse dos seus amigos nojentos. Então não me fale de responsabilidade só porque eu tentei fazer algo para eu comer. Você é hipócrita e incoveniente demais, Caio. Não preciso nem mais de 1 mês pra perceber o quanto você é egoísta, mimado e b****a.

O seu rosto de raiva naquele momento não estava me assustando. Talvez porque a minha raiva estava muito maior.

- Quer saber garota? Eu deveria ter te deixado no meio daquela fumaça.

Arregalei os olhos com o que ele disse, então comecei atacar os travesseiros nele.

- Eu te odeio, Caio! Sai daqui! Vai embora.

- Sua maluca! Eu vou mesmo.

O médico abre a porta, fazendo assim o travesseiro acertar em seu rosto.

- Aí meu deus. Desculpa, desculpa.

O médico me olha sério.

- Tudo bem, eu trouxe o atestado.

Cruzei os braços irritada.

- Eu não quero ficar de repouso por dois dias, eu estou melhor! - Falei irritada, enquanto tirava uma agulha do meu braço.

- Zoe, você tem que ficar descansando.

- Não. Eu descanso em casa.

O médico parecia já tão cansado e irritado que simplesmente disse:

- Okay, vamos fazer um seguinte. Você descansa na sua casa com o tempo determinado.

- Ótimo. - Respondi me levantando da maca e permanecendo calada.

Caio

Essa garota... Ela é sinceramente, muito teimosa, além de ter conseguido me irritar, ela conseguiu irritada até os médicos.

E até entrou em uma discussão com os médicos, pois ela não deveria ser liberada. Mas depois de tanta persistência do quanto o "o corpo era dela" e ela quem decidia isso, a gente finalmente conseguiu sair daquele inferno, e cá estávamos nós discutindo no carro.

- Não interessa Zoe, era pra ter ficado lá.

- Você é completamente irritante. Eu estou bem.

- Quer saber? Dane-se. Se você passar m*l novamente, eu não vou te levar para hospital nenhum.

- Eu vou repousar em casa! - Ela gritou.

Me mantive calado. Que garota chata, não vou mais perder o meu gratificante tempo discutindo com ela.

- Vou parar na escola e deixar o seu atestado, e já vamos para a casa.

Zoe

Cruzei os braços, o ignorando. Caio foi a secretária entregar meu atestado de dois dias e em poucos segundos já voltou para o carro.

- Vamos para casa.

Diante a viagem toda nós mantemos calados. Então o meu celular começou a tocar.

Zoe: Alô?

Olívia: Zoe? Oiê tudo bem?

Olhei para o Caio, que estava olhando para frente e quieto.

Zoe: Estou sim, e você?

Olívia: Estou ótima. Eu e seu pai apenas ligamos porque queríamos saber como você e o Caio estão.

Zoe: Estamos ótimos. Estamos nos dando muito bem.

Olívia: Sério? Nossa fico aliviada em relação a isso. Bom, o seu pai está ocupado com o trabalho, mas ele disse que logo quer te ligar. Espero que fiquem bem e se cuidem. Beijos.

Zoe: okay, Beijos.

Desliguei o celular.

- Por que não falou da festa? - Caio perguntou ainda olhando para frente.

- Para quê?

- Para ferrar comigo?

- Acho que você não precisa da minha ajuda para se dar m*l sozinho.

Acho que minha resposta foi pesada. Pois até chegarmos em casa e eu ir para o meu quarto, não falamos mais nada.