Cap. 4 - Coincidências da vida.

1947 Words
Convencer Júlia a deixar Bianca viajar com Leonardo foi um verdadeiro "Deus nos acuda", já que ela era uma mulher desconfiada por natureza. Porém, ela acabou aceitando. Digamos que, Bianca disfarçou bem o motivo de sua viagem com seu pai. — O papai vai inaugurar um dos restaurantes dele e me convidou pra ir junto, mãe. — disse ela. — Só você? - pergunta Júlia. — Se essa pergunta tem a ver com a Sophia, fique tranquila, ela não vai. — Bom... Menos m*l. — Mãe, pára com isso. Entenda de uma vez que você e o papai... Acabou. — Eu não consigo entender, Bianca. — disse Júlia contrariada. — Todos os filhos querem os pais juntos, mas você não. — Mãe, se eu ao menos visse uma faísca de amor entre vocês dois, seria a primeira a apoiar que voltassem. — Mas eu ainda amo seu pai! — Não basta só um amar, mãe! As palavras de Bianca são duras e magoam Júlia. — Mãe, desculpa, eu... Mas já passou da hora da senhora cair na real. O tempo de vocês já passou. Bianca dizia aquelas coisas para o bem de sua mãe. Sabia que, enquanto Júlia continuasse insistindo em algo sem sentido, ela não conseguiria recomeçar. Finalmente, o dia da viagem chegara. Leonardo e sua filha já estavam no avião, quando ele resolve puxar assunto. — Filha? — Sim, pai. — Eu queria conversar com você. _ disse Leonardo. — É um assunto meio delicado. — Que assunto, pai? — É sobre a Sophia. — Pai, não me leve a m*l, mas eu não quero falar sobre esse seu relacionamento com essa mulher. — disse ela seca. — Filha, não seja assim... Olha, Sophia e eu estamos pensando em oficializar o nosso relacionamento. — disse Leonardo. — O que?! O senhor tá pensando em se casar com a Sophia?! — exclama Bianca, atraindo os olhares dos outros passageiros. — Quer falar baixo, por favor! — disse ele. — O senhor perdeu o juízo?! — Bianca, me respeite!... E por quê?... Sophia e eu já estamos com um relacionamento de dois anos. Está na hora de refazer minha vida. — Pai, eu te amo. Você é tudo pra mim. E se eu ajo assim é simplesmente porque quero sua felicidade. E eu sei que essa mulher não é pro senhor. — disse Bianca. — E o que quer que eu faça?? — disse Leonardo indignado. — Que eu volte pra sua mãe?? — Claro que não, pai! Você e a mamãe são como água e azeite, não se misturam. Tiveram sua chance, mas não deu certo. ... O que estou dizendo é que a mulher certa pra você ainda está por aí. — disse ela colocando os fones de ouvido. — Me acorda quando chegarmos, tá bom? "Eu já tive a mulher certa, minha filha. Mas a perdi. Há muito tempo." pensou Leonardo enquanto olhava pela janela do avião. *** Enquanto isso... _ Cidade do México, Empresas Martinez Sisneros_ Laura nunca foi aficionada por finanças. Nem ela, nem sua irmã Amélia. Quando Amélia se casou, o pai delas viu uma chance de ter uma pessoa para administrar as empresas e o patrimônio da família do jeito que ele queria. E é aí que entra Arthur Sisneros, um homem perfeito para esse trabalho. Frio, calculista, implacável nos negócios, e um verdadeiro cretino como pessoa. Durante muito tempo, enquanto Amélia era viva, Arthur manteve casos com outras mulheres, o que deixava Laura furiosa, pois sempre amou sua irmã e tudo o que queria era que ela fosse feliz. Laura e Arthur nunca se deram bem, mas agora precisavam conversar sobre Ricardo, e não seria uma conversa fácil. Olá, Arthur. — disse Laura entrando na sala. — Laura. ... A que devo o motivo da visita? Afinal, quase nunca nos falamos. — Pois é. ... Mas o motivo que me trouxe aqui, foi o Ricardo. — Tem falado com ele?... Mas que pergunta!... — disse ele irônico. — É claro que tem. Sou o pai dele, mas ele fala mais com você do que comigo. — Talvez porque eu o escute e entenda mais do que você. — disse Laura. — Ótimo!... Agora eu sou um péssimo pai! — exclamou Arthur. — Foi pra isso que veio? Pra me jogar na cara? — Arthur, calma. Eu não vim discutir ou brigar com você. — E então? — Ricardo já voltou de Londres. — Mas já?? ... Pensei que ainda faltava um mês para terminar o semestre. — Pois é... Bom... É que... — O foi Laura?... Fala logo! — Ricardo largou a faculdade de administração. - disse Laura sem fazer rodeios. — O que?!... Aquele moleque fez o quê?! — Arthur, seu filho não é nenhum moleque!...Pelo contrário, ele já é um homem e sabe muito bem o que quer. E tem mais, ele não largou a faculdade em si. Só trocou de curso. — Como assim, trocou de curso? — Ele optou por Fisioterapia. — Arthur estava indignado. Se sentia um i****a, pois tinha planejado que seu filho seguiria seus passos. — Você ficar assim não ajuda em nada, Arthur. - disse Laura. — Você sabia disso, não é?!... Sabia desde o início, ele te conta tudo! — Mas é claro que eu não sabia, Arthur!... Fiquei tão surpresa quanto você, quando ele me contou. — Não minta pra mim, Laura! — Não estou mentindo!... Mas quer saber?... Depois que eu me acalmei, percebi que ele está mais maduro e muito seguro de sua decisão. — Maduro e seguro?!... Ele foi um irresponsável, isso sim! - exclama Arthur. — Todo esse tempo investindo no futuro desse rapaz, e ele me faz isso! — Arthur, tente entender. Isso nunca foi o que o Ricardo queria. Ele não nasceu pra esse mundo de finanças como você. Ele tem o direito de fazer suas próprias escolhas. — Você colocou essas ideias na cabeça dele! Você e sua irmã! — Não ouse falar da minha irmã! Você não é digno de dizer o nome dela! — exclama Laura. Até aquele momento, Laura estava calma. Mas era somente Arthur tocar no nome de Amélia... — Onde ele esta? — Está no meu apartamento. — Quer dizer que ele faz merda e vai se esconder na barra da saia da tia! — Como eu imaginava, vir conversar com você foi um erro e uma completa perda de tempo. Mas saiba de uma coisa, vou apoiar meu sobrinho no que ele precisar. Tudo pra que ele se torne um homem de bem, muito melhor do que o pai dele é. Porque tenho certeza de que se Amélia estivesse aqui, faria o mesmo. — disse Lura pegando sua bolsa e saindo. Arthur detestava quando Laura o deixava falando sozinho. — Essa mulher!... Sempre se metendo na vida da minha família! Sempre! - exclamou ele. Laura não foi para casa, estava tensa. Brigar com Arthur a deixava assim, e só havia um lugar em que ela gostava de ir quando estava daquele jeito. Fazia muito tempo que ela não entrava naquele apartamento, mas do qual sempre teve a chave. Nunca entendeu por que não a jogou fora depois do que houve. Talvez porque, no fundo, não quisesse jogar. Aquele lugar era o seu refúgio, onde podia esquecer de todos os seus problemas por algum tempo e recordar os momentos felizes dos quais aquelas paredes foram testemunhas muitas vezes. #Flashback Laura on# Laura dormia serena, com o lençol cobrindo apenas da sua cintura para baixo, e com uma de suas pernas descoberta. Leonardo, que entrava no quarto com uma bandeja, coloca a mesma em cima da cômoda e fica admirando Laura. Ele a olhava com amor, paixão, desejo. Se considerava o homem mais sortudo do universo por ter uma mulher como ela. Ele se aproxima dela e começa a beijar sua perna e vai subindo, passando por suas costas até chegar em seu pescoço. Ela sorri e abre os olhos lentamente. — Oi. — disse ele lhe dando um selinho. — Oi, meu amor. — disse ela. — Quanto tempo dormi? — Umas três horas. — Nossa!... Por que me deixou dormir tanto tempo? — Você fica linda dormindo. Não quis te acordar. Poderia te olhar dormir por horas. — Você diz isso agora, mas sabemos porque eu fico tão cansada. A culpa é sua. — Minha? — ele sorri. — Você tira toda a minha energia. — Ah, mas quanto a isso, não precisa mais se preocupar, olhe ali. — disse ele apontando para a bandeja. — Olha só!... Café na cama! — disse Laura rindo. — Vou acabar me acostumando com tantos mimos. — Pode se acostumar, pois é isso que vai ganhar sempre. Muitos mimos... Muitos beijos — disse ele distribuindo beijos pelos lábios, rosto e pescoço de Laura. — Muitas caricias. — Hummm!... Isso é bom! — Sabe o que eu estava pensando? — disse Leonardo. — O quê? — Acho que o café pode esperar mais um pouco. — ele sorri de maneira maliciosa e toma os lábios de Laura de maneira desejosa. Seus beijos e suas carícias vão se intensificando, e Laura já sente o tamanho do desejo de seu amado. — Te quero, Laura. Eu sempre vou te querer, te amar, te desejar. Você é tudo pra mim. — Leonardo, eu te amo. Os dois se encaixam, se conectam. Se movimentam no ritmo do amor. Seus gemidos ecoam pelo apartamento, que testemunhava mais uma vez, aquele momento de paixão e entrega. #Flashback Laura off# Laura se perdeu tanto nas suas recordações que acabou adormecendo abraçada ao travesseiro. Travesseiro este, que ainda tinha o perfume do seu passado. *** No dia seguinte. Leonardo e sua filha já haviam chegado ao país e já estavam instalados na casa que ele tinha comprado e preparado meses antes da viagem. Ele estava na mesa do café esperando Bianca. — Vamos logo pai, não quero chegar atrasada no meu primeiro dia de estágio, né? — disse Bianca. — Calma, menina! Toma café primeiro!... Como vai aguentar o primeiro dia de trabalho de estômago vazio?! — disse Leonardo. — Desculpa, pai. É que estou tão empolgada porque estou conseguindo realizar meu sonho. — disse Bianca com um sorriso de orelha à orelha. — Eu sei, filha. — disse ele pegando na mão dela. — E eu estou muito orgulhoso de você. — Eu nunca teria conseguido sem a sua ajuda, pai. — Teria sim. Você pode fazer qualquer coisa, meu amor. — disse ele dando um beijo na testa da filha. — Agora vamos, pai, se não vai ficar tarde! — Tá bom! Estou indo! — disse ele comendo mais um bolinho antes de sair. Leonardo deixa Bianca na porta da revista e vai embora, já que tinha coisas do restaurante para resolver. Bianca estava tão maravilhada com o prédio que não percebeu quando esbarrou numa mulher. — Ai, meu Deus!... Me desculpe, senhora! — Tudo bem, querida. Essas coisas acontecem. Bianca ficou encantada não só com a gentileza mas também com a beleza daquela mulher, que parecia ser bem sofisticada, mas demonstrava simplicidade e simpatia. — Em que andar você vai ficar? — pergunta a mulher. — Vou ficar no 10°, por favor. — Que coincidência, eu também. ... Espera, você é nova estagiária da revista, não é? — Sou sim, como sabe? — pergunta Bianca. — Porque eu também trabalho lá. Muito prazer, sou Laura Martinez. — Muito prazer, sou Bianca Monteiro Ancira. Por um momento, Laura estranhou o sobrenome de Bianca, mas achou que poderia ser coincidência. Afinal, haviam muitas pessoas com o sobrenome Monteiro. "Será?... Não!... É só coincidência! pensou Laura.
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