O opala diplomata 87 estava sintonizado na rádio 96,6 FM. A rádio mais ouvida de Salém, inclusive pelos caminhoneiros que cruzavam as estradas que cortavam os limites da cidade. O relógio digital do motorista marcava 23:50. O locutor falava sobre lendas urbanas. Fazia um alerta para os caminhoneiros tomarem cuidado coma mulher de branco que sempre pedia carona. O sorriso de incredulidade do motorista não era afetado pela crendice popular. Permaneceu acelerando suavemente seu opala diplomata marrom. Um belo carro. Uma joia rara. O interior em couro preto dava um toque especial para o belo carro. O motorista baixou os olhos em direção ao seu rádio a fim de mudar de estação. Não demorou nem dez segundos e encontrou outra estação, menos melancólica. Quando levantou os olhos novamente para fix

