Meu sogro era um homem difícil. Nunca o agradei. No primeiro encontro encarou-me como a um credor. Reparou meticulosamente em meu "piercing" no nariz, nas roupas de couro, no cabelo que não conhecia pente ou escova. Senti suas vibrações penetrando minhas entranhas. Cada filete de alma foi revirado. No entanto, para não contrariar Anita, sua filha e minha namorada, aceitou-me ou fingiu fazê-lo. Sempre controlava nossas saídas e encontros, isto é, quando estava presente na cidade. O namoro avançou. Nossa afeição era sincera. Não sorria nunca, mas percebi que deixou-me mais à vontade. Quando não se pode vencer um inimigo, aceite-o, creio que foi a sua conclusão. Um dia atingiu o ápice. Convidou-me a conhecer uma de suas fazendas no Mato Grosso do Sul. Fomos no jatinho da família. Odeio aviõ

