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805 Words
Duda O meu nome é Maria Eduarda e tenho 22 anos, nascida e criada no Morro do Salgueiro, em São Gonçalo. Quando eu tinha 15 anos, me apaixonei por Silas. Ele era o amor da minha vida, pelo menos até se tornar o Sinistro. No começo, ele disse que os "corres" na boca eram só para nos ajudar a construir a nossa casa. Mas eu sabia que era mentira, que ele gostava dessa vida. Até então, estava tudo bem, pelo menos até eu engravidar. No começo, ele pagou de melhor pai do mundo, disse que estava feliz e que a nossa família estava crescendo. A nossa casa ficou pronta e estava tudo indo bem. Até ele começar a chegar muito tarde em casa, comecei a perguntar o que estava acontecendo. Ele disse que estava pegando plantões extras para poder sustentar o bebê. Na hora, maldade já veio na minha mente. Tá ligado, esse bagulho de plantão extra não tava entrando na minha cabeça de jeito nenhum. Então, um dia, quando ele saiu, esperei algumas horas e fui atrás dele. Na boca, não deveria ter ido. Quando cheguei lá, ele estava se agarrando com a Gisele. Diz ela que era uma amiga minha de escola que também era apaixonada pelo sinistro. Tentei falar alguma coisa, mas não consegui. Apenas deixei as lágrimas cair. Naquele dia, o meu relacionamento acabou. Saindo da boca, fui para casa, arrumei as coisas dele e deixei do lado de fora. Mas quando ele chegou, ao invés de ir embora, ele arrumou a porta e começou a gritar comigo. Sinistro: Tu tá pensando que é quem pra me botar pra fora da minha casa, tá doidona? Duda: Pensa que eu não vi tu se agarrando com a Gisele na boca, tá achando que eu sou alguma otária pra ficar com macho que é de várias. Quem divide p*u é p**a, eu tô fora. Ele começou a rir da minha cara, veio até mim segurando no meu pescoço. Ele estava com os olhos vermelhos e eu só percebi que ele estava usando drogas naquele dia. Sinistro: Escuta aqui, sua filha da p**a, quem decide quando isso aqui acaba sou eu. Se tu acha que pode simplesmente meter o pé, tu tá muito enganada. Se tu pensar em por o pé fora de São Gonçalo, eu te mato, Maria Eduarda, mato. Duda: Então já pode matar, porque eu tô caindo fora. Quando eu falei isso, ele me jogou no chão e começou a me dar vários tapas na cara. Ele só não bateu na minha barriga para não ter o risco de eu perder o bebê. Eu acabei desmaiando com a surra que ele me deu e quando eu acordei, eu estava no postinho. Médica: Ainda bem que a patroa acordou. Duda: Patroa? Médica: Sim, o Sardinha foi morto e o Comando deu a liderança para o Sinistro. Duda: Como assim? Há quantos dias estou aqui? Médica: Há uma semana. Fiquei desesperada ao saber que eu dormi uma semana inteira. Ela foi me atualizando sobre a invasão, que o Sandro morreu, e me contou como o Sinistro assumiu. Naquele momento, a única coisa que passou na minha cabeça foi que eu tinha que sair do morro o mais rápido possível. Eu só não sabia como ainda. Duda: Por favor, não avise a ninguém que eu acordei. Médica: Eu não posso fazer isso, o patrão me mata. Duda: Por favor, me dê mais algumas horas. Depois eu juro que te deixo avisar. Médica: Tudo bem. Fiquei ali durante algumas horas pensando, até que decidi pedir ajuda para minha única amiga no morro. Eu sei que estaria colocando em risco, mas eu preciso sair desse lugar. O Silas não é mais o meu marido, agora ele é o Sinistro que pertence a todas as elas. Ligação Gaby: Graças a Deus, eu pensei que você ia ficar no hospital para sempre. Duda: Preciso sair do morro, amiga. Ele ia me matar se eu não estivesse grávida. Eu não posso passar por isso novamente. Daqui a uns meses, meu filho vai nascer. Como vou criar uma criança com um pai que me agride e me trai? Gaby: Como posso te ajudar? Duda: Tá ligada naquele teu amigo que tira os lençóis daqui do posto para levar para lavar lá no asfalto? Tu pede para ele me dar uma carona de van. É só isso que eu preciso que tu faça. De lá, eu me viro e ninguém vai saber o que aconteceu. Por favor. Gaby: Isso é muito arriscado. Tu tem algum dinheiro? Duda: Eu tenho cinco mil no banco. Isso vai ser o suficiente para mim sobreviver durante alguns meses. Depois que meu bebê nascer, vou arrumar um emprego. O importante é eu seguir a minha vida longe do monstro que o Silas se tornou. Ligação off
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