–Tudo bem pai, eu já decidi.– Digo revirando só olhos.
–Não sei se é uma boa ideia.– Ele anda de uma lado para o outro na sala da presidência, a minha sala.
–Sei que a mamãe concordaria comigo.– Tento apelar para o lado emocional.
–Sua mãe iria querer que se casasse por amor! –Ele revida
–Amo a família Lawins.– Retruco.
–Mas não ama Liam, você nunca mais o viu!– Meu pai senta em uma poltrona e pega a xícara de café que estava esquecida sobre o móvel do lado. –Sem contar que ele ainda é um adolescente.
–Maior de idade!– Deixo claro, eu não iria me casa com alguém de menor nem a p*u. –Em alguns meses ele faz 19.
–Emily filha...
–Não vai me fazer mudar de ideia. – Reviro os olhos divertida. –Papai, a família Lawins está afundando em dívidas, essa seria a única opção deles. Sei o que pode acontecer em um casamento arranjado, e tenho certeza que eu sou a melhor opção para o filho da melhor amiga da mamãe.
Meu pai suspira, então coloca a xícara de lado. Ele me olha atentamente e então sorri.
–Sua mãe teria orgulho de você.
Dou um sorriso triste, minha mãe morreu no parto do meu irmão mais novo, a gravidez foi de risco, apenas um deles sobreviveria, ela não pensou duas vezes em salvar meu irmão, eu tinha apenas dez anos na época, então não me lembro de muita coisa dela. Mas meu pai diz que eu herdei a beleza dela, e meu irmão Marcos a inteligência.
Marcos é um garoto com a mente brilhante, com apenas 15 anos, já está na faculdade, estou só esperando ele terminar os estudos para eu poder colocar ele em meu lugar. Não me entendam errado, amo esse lugar, mas acho que Marcos comandará esse lugar melhor que eu.
–Se você está decida a assinar, eu não vou intervir.
–Papai bobinho.– falo mesmo tom divertido de quando eu era criança. –Eu já assinei o contrato.
–Você o que!– Meu pai levanta com tudo.
–Calma aí velho!– Reclamo. –Vou jantar nos Lawins amanhã, assim posso conhecer o Liam melhor antes do casamento.
–Eu não vou dizer mais é nada!– Meu pai vem até mim, beija minha testa então sai da sala.
Segui meu trabalho sem mais interrupções. Apenas o Fred, meu melhor amigo e vice presidente da empresa, me achando o saco sobre algumas reuniões.
Cheguei detonada, Marcos estava sentado no sofá da sala, jogando alguma coisa. Joguei minhas chaves na mesa de centro e me joguei ao lado dele, pondo minha cabeça apoiada nas pernas dele.
–Bem vinda de volta irmã.– Marcos olha atentamente para a tela.
–Sabe, eu com quinze anos, estava indo em festas e dando trabalho para o Fred. – Digo murmurando. –Você é o adolescente mais chato que eu conheço, irmão.
–Sim, sim. – Marcos não olha para mim, mantém o olhar no jogo. –Com quase dezesseis eu estou na faculdade, enquanto você com dezesseis estava "abrindo as pernas para o melhor amigo"– Ele faz aspas com os dedos de uma mão mas logo volta para o controle do jogo.
Eu levanto do colo dele e o olho espantada.
–Não era para você saber disso.– Digo desesperada, Marcos rir. –Como você sabe?
–Você fala de mais quando bebe. Acredite, tem coisas que eu não queria saber!– Marcos faz uma cara de nojo e trauma, eu achei engraçado.
–Eu não posso ter uma língua tão solta!– Acho que até bêbada eu devo ter algum senso.
–Você tem sorte que semana passada eu te tirei da sala antes que você falasse para o nosso pai sobre a orgia
Tenho certeza que meu rosto ficou pálido.
–Credo irmã, você só tinha 17!– Marcos rir do meu estado. – Você não é um exemplo que eu quero seguir, sem ofensa.
–Não tô ofendida não.
Levanto do sofá ainda meio perdida por meu irmão saber de mais da minha vida.
–Eu sei o que você fez no verão passado!– Marcos grita quando eu já estou na escada
–Isso foi um delírio coletivo!– Grito de volta. A única coisa que eu escuto depois é a risada do meu irmão.
–Perfeita! – Falo ao me olhar no espelho, já estou totalmente pronta para jantar com os Lawins.
Decido por ir sozinha, meu pai teve um imprevisto, e meu irmão, bom meu irmão so vai onde ele quer e se ele quiser.
Já estava na saída de casa quando o pestinha apareceu.
–Mudei de idéia, vou com você. – Marcos arrumava a gravata. –Quero saber que tipo de homem vai se casar com você.
–Bom saber que você presa por meu futuro. – Digo em uma falsa emoção.
–Claro eu tenho que conhecer, para ele aceitar se casar com você, tem que ter no mínimo um problema psicológico. – Marcos rir inocentemente para mim.
–Eu te odeio. – Digo enquanto tento dar um cascudo nele. Marcos apenas corre para o carro rindo.
Balanço a cabeça de um lado para o outro, ele pode ser um gênio, mas ainda é um adolescente i****a com algumas tendências infantis.
Quando sentei no banco do motorista, Marcos já estava no banco do passageiro com o sinto de segurança em volta dele, Marcos mexia distraidamente no celular.
–Parece que foi ontem que você saio da cadeirinha. – Digo rindo nostálgica.
–Isso faz mais de dez anos. – Marcos revira os olhos. – Não aja como se fosse mil anos mais velha que eu.
–Pirralho, não cresça. – Falo enquanto dou partida no carro. Marcos apenas revira os olhos.