Capítulo Um.

1579 Words
Julian Callahan. Desde muito novo eu fui ensinado a não demonstrar meus sentimentos, segundo meu pai isso significava que eu era fraco. Eu não podia ser carinhoso com a minha mãe e nem mesmo com meu irmão Ryan, eu tinha que ser frio e seguir tudo o que ele dizia. Mas eu não queria ser como ele. Quando meu irmão nasceu eu não pude nem ao menos chegar perto dele, mas eu ia em seu quarto toda noite enquanto nossos pais estavam dormindo. Eu amo muito meu irmão e eu sabia que tinha que proteger ele, não por ele ser ômega, afinal não é porque você é ômega que é inferior a alfa e sim porque ele é da minha família. Quando meu pai nos pegou brincando ele nos deixou de castigo e jurou que se houvesse uma próxima vez, ele mandaria meu irmão para um internato. E então eu passei a ter ódio do meu pai, suas regras eram tão absurdas que cada vez mais eu tinha em pensamentos que quando eu finalmente tivesse meus 18 anos, eu sairia de casa para ter uma vida de verdade e para tirar minha mãe e meu irmão daquele sofrimento. Meu pai nunca foi carinhoso com a minha mãe, para ele, ela servia apenas para cuidar da casa e gerar seus filhos. Após o nascimento do meu irmão o médico deu a notícia que ela não poderia gerar filhos, e aquilo foi um soco no estômago do meu pai. Lembro dele gritar com ela e dizer que ela era uma imprestável, que nem para isso ela servia, naquele dia eu senti vontade de socar a cara daquele que eu chamo de pai. Mas a verdade é que minha mãe nunca quis se casar com ele, o casamento foi mais para juntar os negócios. Minha mãe é uma ômega linda e tem um cheirinho de frutas vermelhas, quando meu pai não estava em casa eu amava ficar abraçado com ela, o cheiro dela me acalmava. Com 16 anos tive meu primeiro hut e queria passar sozinho, dopado. Mas o meu pai me levou até um clube onde haviam ômegas, alfas e betas para isso, ou melhor dizendo, um prostíbulo. Eu tentei de todo jeito dizer que eu não queria aquilo mesmo sentindo uma dor infernal, mas ele me obrigou a fazer aquilo. Após os 5 dias de hut eu me senti um lixo de ser humano, até quando eu viveria sobre as regras de meu pai? Eu não tive infância ou adolescência normal como todos os outros. Meu pai sempre me carregava para sua empresa e era sempre a mesma coisa, ele era dono da maior empresa fabricante de jóias. Mas eu não queria aquilo pra mim, eu queria ser músico. E me lembro perfeitamente de suas palavras quando disse isso a ele. ㅡ Filho meu não nasceu para esse emprego de merda, isso é coisa de bichinha. Filho meu nasceu para seguir os meus passos e fazer o que eu quero, eu te botei no mundo e por isso mando em você Julian. Meu único filho alfa não vai ser músico e me dar esse desgosto, já basta sua mãe me dar apenas um alfa como filho. Aceite que eu tenho poder sobre você. Eu quis chorar de ódio mas eu me segurei, qual o problema em um alfa ser músico? É um emprego digno como qualquer outro, mas a facada veio quando fiz meus 18 anos, quando ele me arranjou um casamento. Eu nem conhecia a ômega e muito menos queria me casar, e no meu jantar de "noivado" eu explodi. ㅡ Eu não vou me casar pai, você não é meu dono e eu sou maior de idade, sou dono da minha própria vida e faço dela o que eu quiser. ㅡ Eu disse olhando em seus olhos. ㅡ Como ousa me responder Julian Callahan? Eu sou o seu pai seu moleque insolente. Mia é uma boa garota e pode te dar herdeiros fortes e saudáveis, você vai se casar sim. Não esqueça que você mora debaixo do meu teto e eu te sustento, você vai fazer o que eu mandar. ㅡ Eu não quero me casar e muito menos ter filhos, e não vai ser você que vai me obrigar a isso. Se o problema sou eu morar aqui eu posso sair agora mesmo, não tenho medo de trabalhar pra me sustentar senhor Callahan e eu não preciso da porcaria do seu dinheiro. Sabe o que você faz com essa sua arrogância e prepotência? Soca ela no seu r**o, eu cansei de você dizer o que eu tenho ou não o que fazer, como viver, como me comportar. E para sua informação eu estou saindo dessa casa agora mesmo, eu não aguento mais olhar nessa sua cara sem ter vontade de vomitar. Todos ali na mesa me olhavam assustados por me ver falar daquele jeito com meu pai, só que eu cansei de tudo isso. Eu iria trabalhar e tirar meu irmão e minha mãe de casa, assim eles teriam paz. Eu estava arrumando minhas coisas quando escutei baterem na porta, e pelo aroma de tangerinas soube que era meu irmão. ㅡ Para onde você vai Julian, você não tem onde ficar. ㅡ Ele disse chorando. Somos muito apegados. ㅡ Eu não sei Ryan, mas eu não aguento mais viver junto daquele homem. Eu vou me virar, eu vou pedir ao Isaac para ficar na casa dele uns dias até eu conseguir um lugar para ficar. Eu vou tirar vocês daqui, mas eu quero que me prometa uma coisa. ㅡ Eu falei sentando na cama e pegando em suas mãos. ㅡ O quê? ㅡ Prometa que se aquele doente tentar encostar a mão em você ou na mamãe vai me avisar, eu não queria sair daqui sem vocês mas não posso deixar vocês na rua. Me prometa que vai se cuidar e me avisar qualquer coisa, por favor. ㅡ Eu prometo Julian, eu vou sentir tanto a sua falta. Quem vai me acalmar? Eu vou ficar sem o seu cheirinho. ㅡ Ryan estava até soluçando pelo choro, o trouxe para meu colo e comecei a aromatizar ele enquanto o abraçava forte. Ele e minha mãe são a minha vida. Isaac é meu melhor amigo e não exitou em me ajudar quando contei toda a história, ele também odiava meu pai e seus ideais. [...] 5 anos se passaram e agora estou com 23 anos, no começo foi difícil mas com algumas coisas que vendi consegui alugar um apartamento pequeno, muito pequeno. Consegui um trabalho como entregador em um restaurante que não me pagava muito, mas era o suficiente para me manter. E em momento algum tive vergonha do que trabalhava. Durante uma entrega num bairro um pouco estranho, eu recebi uma proposta que mudou a minha vida. Trabalhar com tráfico de armas, eu não sabia se aquilo era o certo mas eu ganharia o triplo do meu salário e aquilo significava tirar meu irmão e minha mãe daquele inferno. Fiquei de dar a resposta em uma semana, passei noites sem dormir direito pensando no que fazer. Aquilo seria perigoso e eu poderia ser preso a qualquer momento, ou até mesmo morrer. Mas eu acabei aceitando aquela oferta, com dois meses eu consegui comprar um apartamento e mobiliar ele todo, deixando confortável para minha família, eu fazia tudo pensando neles. O apartamento tinha quatro quartos e todos eram suítes, uma sala grande, cozinha espaçosa que eu sabia que minha mãe iria amar. Era um bom apartamento. Na sexta eu fiquei de buscar eles para morarem definitivamente comigo, mas quando eu cheguei naquela casa meu sangue ferveu. Meu pai estava usando a maldita voz de comando com meu irmão e minha mãe, aquele desgraçado sabia que isso machucava eles. Mas isso não foi tudo, o homem que chamei de pai um dia levantou minha mãe pelos cabelos e quando ele ia bater em seu rosto eu fui com tudo para cima dele. ㅡ Jamais ouse encostar um dedo na minha mãe seu desgraçado. ㅡ Por um momento acabei esquecendo que minha voz afetava ainda mais eles. ㅡ Eu mando nessa v***a, eu deveria ter matado eles quando você não estava aqui. Nem para ser comida essa v***a serve, não é atoa que eu tenho minhas amantes. ㅡ Connor Callahan, meu pai disse e aquilo só me deu mais raiva. ㅡ Esse seu irmão também não serve para nada mas tem um corpo muito gostoso sabia? Tem um aperto delicioso. ㅡ Nojo, ódio e vontade de matar era tudo o que eu sentia. Como ele fala assim do próprio filho? Ele abusou do meu irmão e eu não sei disso? Eu sentia que meus olhos estavam vermelhos e meu lobo tomou o controle, eu peguei o homem pelo pescoço e olhei bem em seus olhos e criei uma bolha em torno de nós dois apenas, e aumentei minha presença lupina. Sorri m*****o porque a respiração dele começou a falhar, ele errou em me subestimar. ㅡ Eu avisei para não mexer com eles ou eu acabava com sua vidinha de merda, vai ser muito divertido matar você "papai". Vai ser um prazer te mandar para o inferno, mande lembranças minhas ao d***o. ㅡ Falei ainda olhando em seus olhos e apertei seu pescoço com mais força e logo seu corpo não tinha mais vida. Não me arrependo em momento algum de ter matado meu próprio pai para defender minha família de verdade.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD