A luz piscante do elevador lançava sombras dançantes sobre o rosto de Robert, mas nada apagava a intensidade do seu olhar. Estávamos presos havia dez minutos e eu já havia despido meu coração para ele contando todos os meus segredos—ou uma eternidade—, e o ar entre nós já não era apenas abafado pelo sistema de ventilação falho. Era denso, carregado de uma tensão que me fazia tremer as mãos. Ele encostou o braço no espelho atrás de mim, fechando o pouco espaço que restava, e seu perfume amadeirado invadiu meus sentidos como um convite silencioso. Ele me segurou novamente em seus braços, beijou meu rosto banhado de lágrimas e depois minha boca. — Vanessa... — sussurrou meu nome, e aquela única palavra pareceu desfazer todos os meus freios. Não lembro quem se moveu primeiro. Talvez tenhamo

