Vanessa Cheguei em casa com o filhotinho nos braços, e antes mesmo de abrir completamente a porta, Luci já estava pulando pela sala como se fosse Natal, aniversário e Dia das Crianças tudo junto. — MAMÃE! É MEU? — ela gritou, com os olhos brilhando, correndo até mim para pegar o cachorro, que já abanava o rabinho como se a conhecesse há anos. — É seu, filha... — sorri, mas confesso que senti um friozinho na espinha. Um pensamento me atingiu como um raio em céu limpo: esse cachorro vai crescer... e vai comer meu sofá. E o tapete. E talvez minha sanidade. Luci nem me ouviu mais, estava no chão, rolando com o filhote, rindo com uma alegria que fazia tudo parecer leve. Suspirei. Fui até o sofá (o mesmo que, em breve, seria uma vítima do apetite canino) e me joguei por um segundo. Peguei o

