2| Lenda.

1496 Words
– Eu não quero arrumar confusão – ele gargalha com a minha fala. – O que acontece se eu falar um palavrão? – ele sorri maligno me estremecendo posso sentir seus lábios tocando meu ouvido. – Me solta, por favor – digo quase implorando, e agora decido usar a força de meus braços que trêmulos o empurra para trás, mas Styles não se intimida e ri com minha ação. – Te soltar é uma coisa que eu não vou fazer... E o engraçado é que não estudamos ainda sobre essa fobia,é você quem vai dar aula sobre ela? – Solta ela Harry Styles, – uma voz gasta masculina chama e ele se vira para trás. É o senhor Newton, com os braços cruzados, lançando um olhar de repreensão para Styles que me solta aos poucos. Respiro aliviada e ando em direção á praça de alimentação. – Senhorita Beaulmont, acompanhe–me – o senhor Newton chama e eu dou meia volta. Styles, fica no mesmo lugar, parado. Não ouso em olhar para trás. Apenas sigo o moreno de terno pra até uma sala, com um plaquinha "atendimento ao aluno" ele se senta em uma poltrona à frente de uma mesa repleta de papéis. Há uma outra plaquinha em cima da mesa "Sr. Newton " – Styles disse alguma coisa inapropriada? – ele me observa preocupado. – Não senhor – respondo. Ele faz um gesto com o braço para que me sente na cadeira e eu assim faço. –Se algo acontecer com você, por favor me avise – abre uma pequena gaveta e retira o estojo do óculos, colocado o mesmo em seguida. – Tudo bem. – Não fique perto de Styles, ele não é bem um aluno exemplar. E quem disse que eu só tenho que falar com alunos exemplares? Mas é claro que não vou ficar perto daquele garoto. O Sr Newton me olha com a mão na barba, parece estar tentando lembrar de mais alguma coisa para falar, ou então, ele observa cada defeito em meu rosto. Eu sabia que estava parecendo um zumbi e deveria ter passado mais blush. Envergonhada eu abaixo a cabeça, fazendo com que ele se mova com inquietação na poltrona. – O meu armário não está abrindo – quebro o silêncio aproveitando para resolver o problema do armário – Styles está falando que aquele armário é dele – explico. – Me deixe ver seu papel – ele pede e eu entrego o papel a ele que digita alguma coisa no computador e solta um leve riso – Parece que houve um erro – comenta coçando a barba – Seu armário é o do lado – assinto mordendo o maxilar.   Eu deveria me sentir melhor? – Obrigada senhor – pego o papel de volta e observo os rabiscos que ele fez com as informações certas. – Você já pode ir – ele fala desconfortável – E caso haja problema, venha falar comigo. Abro a porta da sala e me deparo com um garota parada na frente da mesma. Ela se assusta assim abro a porta, e pela posição que estava (inclinada sobre a porta) prefiro não acreditar que Ela ouvia a minha conversa com o Sr Newton. – Oi, eu sou Marcelly Montez, e eu curso Publicidade – me cumprimenta com um beijo no rosto – Seu nome é Clhöe né? você é a caloura? Terceiro semestre em psicologia? – ela diz enquanto andamos para o refeitório – É verdade que o Styles estava te ameaçando? – a loira dos olhos verdes nem espera eu responder e continua a falar. – Bem, – respiro – Sou Clhöe, e eu sou sim caloura, e... O que mais você Perguntou? – ela tampa a boca e gargalhamos juntas. Nos aproximamos de uma mesa que já tem duas pessoas sentadas, uma delas é João e a outra pessoa é uma menina ruiva de cabelos longos ondulados. – Gente, essa aqui é Clhöe a aluna nova, e ela vai se sentar conosco daqui em diante – Marcelly se senta do meu lado, enquanto João e a garota ruiva sorriem amigavelmente para mim – Bom Clhöe, vou deixar claro que não somos populares aqui – assinto enquanto Marcelly diz eufórica – As garotas populares são aquelas – ela aponta para algumas meninas sentadas em uma mesa ali perto – Megan, Tabitta, e Amanda, cursam Design de Moda, Vadias que você não deve chegar perto – a garota ruiva apenas assente em concordância. – E nós somos, o grupo que acolhe os novatos para eles não ficarem sozinhos e se tornarem seres obscuros que se isolam – a ruiva diz com a voz fantasmagórica me encarando com seus belos olhos verdes e João gargalha. – Bem profundo isso – João diz dando um gole em seu suco e nós rimos – Seja bem vinda ao nosso grupo nada interessante. – Sou Violette, de publicidade – a ruiva sorri para mim – E esse é João o garoto do nome mais comum que você vai encontrar em Brighton! – a ruiva anuncia e ele revira os olhos. – Só porque sou brasileiro – ele murmura. – Já nos conhecemos – digo olhando para ele que beija minha mão com um ar zombeteiro, e eu dou um sorriso fechado entrando na brincadeira. Observo o refeitório. Vejo que Styles está sentado em uma mesa sozinho, mexendo em seu celular entediado. – Você se sentou no lugar dele? – Marcelly pergunta olhando na direção em que estou com os olhos focados. – Ele é tão prepotente – comento. – Escute bem o que vou te falar, ele pode até ser um tremendo gato, mas é bom fica longe – assinto para o comentário de Violette. – Por que ele é assim? – Desvio meu olhar quando percebo que os olhos verdes dele, estão focados em mim. – Ninguém sabe, ninguém conhece a história dele – João explica – Dizem que é bem sinistra. Ele é sinistro, e sei lá, talvez precise apenas sair do armário – João dá os ombros e Violette gargalha tão alto ao ponto de Styles ouvir e encarar nossa mesa como se soubesse que estamos falando dele. – Ele já fez alguma coisa com vocês? – dou a primeira mordida na maça, até agora intacta na bandeja. – Nunca ousamos em cruzar o caminho dele – João e Violette falam em coro. – Por que todos o chamam assim? De Styles, por que não o primeiro nome – pergunto encarado João que se senta na minha frente. – Na verdade, nós o chamamos assim desde sempre – Violette dá os ombros dando um gole em seu suco – Ninguém sabe a história dele, até porque, não existe história alguma, a única coisa que você precisa fazer, é seguir as regras e não cruzar o caminho dele, caso contrário ele vai te atropelar sem dó nem piedade, porque é isso que ele faz Clhöe, com todos – por um minuto olho para o mesmo e pigarreio ao ser flagrada pelo mesmo que me olha duramente. – Ninguém me avisou sobre sentar no lugar dele – comento – Houve um erro no sistema e me deram o número do armário, ele achou que eu estava arrombando – Marcelly me olha surpresa boquiaberta. – Te deram o número do armário dele?! – os três disseram em coro e eu assinto. – E eu ainda protestei falando que o armário era meu, – Marcelly balança a cabeça boquiaberta. – Styles não guarda nada dentro do armário. Com certeza só guardou hoje para você saber que ali era território dele – comenta João mordendo um pedaço do pão com geleia. –Eu vou falar com ele e pedir desculpas. Não quero confusão – Violette e João balançam a cabeça negativamente me fazendo arquear a sobrancelha. – Quando Styles não vai com a sua cara, não há desculpas que façam ele mudar de idéia – Violette explica de boca cheia – Digamos que você entrou na turma errada e se sentou no lugar errado de um garoto errado. – Eu não consigo entender o porquê disso, eu não fiz nada para ele me odiar, era só um lugar e um armário. – Claro que ele pode te odiar – João comenta – É você quem não pode fazer nada ou você segue as regras dele, ou você sofre as consequências –João diz enquanto viro a cabeça para trás, em direção a Styles que ainda me encara sem disfarçar – Só fica longe Clhöe, deixe ele te odiar. Contanto que ele fique longe. Tudo ficará bem – ele comenta como se tivesse contando uma história de terror e eu fosse a criança curiosa com os olhos arregalados. – Harry Styles é lenda aqui em Brighton – Marcelly da os ombros dando um gole em seu suco e o sinal bate e todos ali se levantam. Harry é o primeiro a deixar o refeitório e sim, meus olhos o acompanharam até ele sumir das minhas vistas.   
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