Fecho os olhos, tentando apagar o rosto daquele homem nojento da minha mente. As mãos dele ainda estão em mim, apalpando, invadindo, me humilhando. Tento gritar de novo, mas minha garganta está seca, dolorida, quase sem voz. Sinto a pele queimar, o estômago revirar. — Sai de perto de mim! — imploro, mesmo sabendo que ele não tem piedade. Ele sorri, prestes a fazer algo pior. Mas então… BOOM! Um estrondo ecoa pelo galpão. O barulho é tão forte que tudo treme. O homem se assusta, recua. Outro estrondo, e a porta de ferro voa pelos ares, jogada para dentro como se fosse de papel. O capanga tenta correr, mas é alvejado por dois tiros secos no peito. Cai morto a menos de um metro de mim. O cheiro de pólvora invade o ar. Eu tremo. Homens de preto entram armados até os dentes. Rígidos. Prec

