sob a chuva do destino

A Jornada de Hanna

Ao emergir do sono na manhã seguinte, Hanna sentiu-se envolvida por uma densa névoa de pensamentos, todos eles girando em torno da delicada questão de se mudar ou não para uma nova residência, a fim de cuidar do bebê de Augusto. Cercada pela incerteza, ela decidiu buscar a sabedoria e orientação do seu amado pai, ligando para ele em busca de conselhos.

Do outro lado da linha, a voz do pai de Hanna ressoava com um profundo afeto e preocupação, transmitindo uma sensação de conforto e segurança. "-Bom dia, minha querida filha"- ele saudou carinhosamente, como se estivesse abraçando-a através das palavras. Em seu timbre, era possível sentir a energia acolhedora e amorosa que sempre caracterizou sua relação paterna.

Curioso sobre o estado emocional de Hanna, seu pai perguntou com genuíno interesse: "-Como você está se sentindo, minha querida?". Essa pergunta, carregada de ternura e compreensão, abriu espaço para que Hanna compartilhasse suas angústias e inquietações, sabendo que seu pai estaria lá para ouvi-la e oferecer apoio incondicional.

Hanna respondeu carinhosamente ao seu pai, expressando seu bem-estar e preocupação com o restante da família: "-Papai, estou muito bem. Como vocês estão? E meus queridos irmãos? Sinto uma imensa saudade de todos vocês!" Suas palavras transbordavam ternura e afeto.

Em resposta, o pai de Hanna fez questão de transmitir tranquilidade e amor: "-Querida, fico feliz em saber que você está bem. Nós também estamos bem, mas sentimos muito a sua falta. Todos os dias, nossos corações desejam tê-la novamente ao nosso lado. Seu sorriso e sua presença fazem falta em nosso lar."

Essas palavras sinceras e cheias de emoção demonstram a intensidade dos laços familiares e o quanto Hanna é amada e valorizada por sua família. Mesmo distantes fisicamente, o amor e a saudade os mantêm unidos, fortalecendo os laços que os ligam eternamente.

Hanna não perdeu tempo em compartilhar a notícia com seu pai de que havia conquistado um emprego: "- Papai, tenho algo para te contar! Consegui um emprego incrível! O salário é realmente atrativo e as condições de trabalho são excelentes também."

O pai de Hanna não poderia estar mais orgulhoso. Seu coração transbordava de alegria ao ver sua filha alcançando esse importante marco em sua vida. "-Minha querida filha, estou verdadeiramente orgulhoso de você. É uma conquista notável conseguir um emprego tão promissor. E o fato de você poder trabalhar com seus incríveis talentos artísticos é ainda mais gratificante."- Ele falou empolgado.

No entanto, para surpresa de seu pai, Hanna revelou: "-Pai, na verdade, não vou trabalhar com meus quadros, pelo menos não por enquanto. É por isso que decidi ligar para você, pois queria seus sábios conselhos nessa situação."

Seu pai, um homem sábio e compreensivo, ouviu atentamente as palavras de Hanna. Com uma expressão ponderada, ele respondeu: "-Minha filha, eu sempre soube que seguir seu caminho artístico não seria uma tarefa fácil. Mas estou feliz em ver que você está aberta a novas oportunidades. Focar em se estabelecer profissionalmente pode ser uma escolha sábia neste momento. E quando chegar o momento certo, você poderá então explorar o trabalho com seus quadros de maneira plena. Saiba que, como seu pai, estou verdadeiramente orgulhoso de você e sempre estarei ao seu lado para oferecer meu apoio e conselhos."

Hanna sentiu uma onda de conforto e gratidão ao ouvir as palavras de seu pai. Ela sabia que tinha tomado a decisão certa ao buscar o conselho dele. Com a confiança renovada, ela estava pronta para embarcar nessa nova jornada profissional, sabendo que tinha o apoio incondicional de seu pai e a determinação de alcançar o sucesso em suas próprias condições.

Quando ela tinha apenas 10 anos de idade, sua mãe deu à luz gêmeos, uma experiência que trouxe muitas alegrias, mas também desencadeou uma situação dolorosa para Hanna. A gravidez trouxe consigo uma profunda depressão para a mãe de Hanna, o que resultou em sua saída abrupta de casa, deixando Hanna e seu pai para cuidar dos gêmeos.

A partir desse momento, Hanna assumiu uma nova responsabilidade em sua vida. Ela se comprometeu em ajudar seu pai a cuidar dos irmãos mais novos, tornando-se uma figura de apoio e amor para eles. A união entre Hanna e seu pai se fortaleceu ainda mais durante esse período desafiador, criando uma conexão especial baseada no companheirismo e no amor mútuo.

Além de ser um pai dedicado, o pai de Hanna também era um artista talentoso. Ele expressava sua criatividade através da pintura, e Hanna sempre admirou seu trabalho. Ao observar a paixão e o talento de seu pai pela arte, Hanna sentiu-se inspirada a explorar sua própria criatividade. Seu pai, percebendo o potencial artístico de Hanna, encorajou-a a pintar e expressar-se através das cores e pinceladas.

Desde muito jovem, Hanna começou a criar quadros que expressavam ternura e amor. Suas obras eram verdadeiras manifestações de seu coração e alma, transmitindo emoções profundas através de cada pincelada. Através da arte, Hanna encontrou uma forma de se expressar e de canalizar suas emoções, tornando-se uma pintora talentosa em ascensão.

A relação entre Hanna e seu pai transcendeu os laços familiares, transformando-se em uma parceria artística e em uma fonte de apoio mútuo. Eles compartilhavam momentos preciosos juntos, pintando lado a lado, trocando ideias e explorando a infinita beleza da arte. A presença do pai de Hanna em sua vida não apenas lhe proporcionou um apoio inabalável, mas também a inspirou a seguir seus próprios sonhos e paixões.

Hanna não tinha mais nenhuma dúvida após a conversa com seu pai. Sentindo-se decidida, ela começou a arrumar suas poucas peças de roupa em uma modesta mala, cuidadosamente selecionando cada item. Em seguida, reuniu seus pertences em uma caixa compacta, guardando com carinho suas tintas e quadros em seu quarto. Hanna tinha um plano em mente, continuar pagando o aluguel de sua antiga casa para ter a liberdade de voltar nos dias de folga e momentos livres, onde poderia se refugiar em sua casinha e expressar sua arte longe dos olhares curiosos.

Enquanto Hanna organizava suas coisas, o tempo passava rapidamente e, de repente, um carro preto estacionou elegantemente em frente à sua humilde moradia. Ela já sabia que era o motorista enviado por Augusto.

Com o coração acelerado de ansiedade, Hanna caminhou em direção à porta. Ao abrir, deparou-se com a figura imponente do senhor Augusto, Hanna ficou surpresa por ele ter feito questão de ir pessoalmente buscá-la. "-Senhor Augusto, bom dia! Não esperava que o senhor viesse me buscar"-expressou Hanna com um sorriso tímido nos lábios.

"-Bom dia, Hanna. Eu fiz questão de vir te buscar pessoalmente!"- respondeu Augusto com gentileza e cordialidade.

Curiosa e ávida por informações, Hanna não pôde evitar perguntar sobre Gael, o adorável bebê, "- E o Gael, com quem ele está?"- indagou ela, ansiosa pela resposta.

O senhor Augusto respondeu com tranquilidade, explicando que Gael estava na casa de sua sogra. Ele havia sido levado logo após a partida de Hanna, pois a avó materna desejava passar um tempo precioso com o neto. No entanto, o senhor Augusto assegurou a Hanna que o pequeno logo estaria de volta. Com um olhar de cumplicidade. Suas palavras deixaram Hanna curiosa sobre a esposa de Augusto e o motivo pelo qual ele não mencionou a mãe da criança. Essa lacuna na informação despertou uma curiosidade intensa na mente de Hanna.

Com ternura e cuidado, Augusto colocou as escassas pertences que Hanna possuía dentro do espaçoso compartimento do porta-malas de seu carro. Juntos, eles partiram em direção ao lar de Augusto, numa jornada curta, mas repleta de silêncio, permitindo que suas mentes absorvessem a atmosfera serena ao redor. Em pouco tempo, chegaram ao destino desejado, onde Hanna e Augusto foram recebidos com a visão adorável de seu precioso filho, Gael, descansando serenamente em seu carrinho, enquanto a figura acolhedora da sogra de Augusto os aguardava, sorrindo afetuosamente à porta.

Sem perder um instante sequer, Augusto apressou-se em se aproximar do carrinho de bebê, envolvendo Gael em seus braços com uma expressão de pura alegria e amor. "-Bom dia, meu adorado filho! O papai estava morrendo de saudades!"- proferiu Augusto, com uma voz suave e repleta de emoção. Em seguida, ele voltou sua atenção à sogra, cumprimentando-a com um afetuoso gesto de respeito e gratidão.

Enquanto presenciava todo esse momento de ternura, Hanna não pôde conter a intensidade do carinho em seu olhar ao observar Augusto agindo com tamanha dedicação e amor por seu filho. Cada gesto e palavra proferida por ele revelavam a profundidade de seu compromisso como pai, preenchendo o coração de Hanna com uma sensação indescritível de gratidão e felicidade.