Capítulo 5

1811 Words
Doeu vê ele abraçando outra mulher todo sorridente, muito diferente do homem bravo da boate. Eu me senti tão insignificante quando ele passou do meu lado e nem me viu. Realmente essa indiferença dele me afeta, eu trabalho o resto do dia cabisbaixa, tanto que a Hanna nota minha tristeza. —O que houve com você, mulher? Por que está com essa cara? —Ela pergunta assim que saímos do ônibus. —Você não vai acreditar no que vou te falar, mas vai lá — faço uma pausa dramática e olho pra ela —eu vi o homem da boate hoje lá no hotel —digo lentamente e ela fica boquiaberta. —Você realmente viu o gato? Mas e aí, continua, como foi? —pergunta histérica. —E aí nada, ele nem olhou pra mim — falei triste —ele estava acompanhado de uma mulher maravilhosa e pelo jeito ele é muito rico, não vai enxergar uma simples camareira como eu, né! Minha noite foi muito r**m, não consegui parar de pensar naquele homem. A Hanna até tentou me convencer a ir atrás dele no dia seguinte, me explicar e me aproximar, mas eu jamais vou fazer isso, principalmente agora que ele provavelmente é comprometido com aquela mulher chique. Além do mais ele sendo muito rico, sim, porque para se hospedar no Sandler Hotel tem que ter muita grana, ele não vai olhar pra alguém como eu. Eu acordei com uma cara péssima, estou realmente na bad, eita vidinha complicada essa minha, fui dar pra um estranho e agora não paro de pensar nele. Hoje temos que ir mais cedo para o trabalho, teremos uma reunião com o novo chefe, é hoje que a Maria surta e nós é que pagamos o preço, vamos sofrer nas mãos daquela insuportável. Quando chegamos ao hotel já estão todos reunidos no salão, assim entramos a Maria nos lança um olhar que mais parece o dragão do São Jorge enfurecido, estamos entrando de fininho quando a maldita solta seu veneno. —Bom, como sabemos, nesta empresa prezamos principalmente o bom atendimento e a " pontualidade " —ela frisa a palavra pontualidade só para nos atingir — só assim podemos oferecer um serviço exemplar —a maldita completa sua fala com um sorrisinho cínico naquela cara de noiva cadáver. Eu estou com muita raiva, uma noite m*l dormida, uma viagem exaustiva até o trabalho e agora aguentar essa cobra, mas infelizmente meu desespero ainda nem começou... Assim que nos sentamos entra um casal pela mesma porta que acabamos de passar, eu quase caio da cadeira, quando olho para o homem, é novamente ele, o homem da boate, o meu gato gostoso – que nem é meu. Ele entra sem nem olhar para os lados e vai direto ao centro do salão ficando ao lado da Maria, que neste momento substitui a cara de dragão por uma cara de cachorra no cio, ela fala tão educada e melosa que nem parece ela. —Bom pessoal — abre um largo sorriso e coloca suas garras no ombro dele —eu quero apresentar a vocês o novo proprietário do Sandler Hotel, este é o senhor Oliver Luthor, por favor, aplausos para receber nosso novo chefe. —Ela fala com uma voz sedutora, parecendo uma atriz no filme pornô, aquela que quer conquistar o encanador. —Bom dia a todos! — A voz grave dele ecoa por todo o salão. Ouvir outra vez aquela voz, faz passar uma corrente elétrica por todo meu corpo. —Como já sabem eu sou o Oliver, espero que possamos ter uma boa comunicação e que possamos continuar com o mesmo sucesso. Essa é a Amanda —ele aponta para a mulher chique ao seu lado —ela é minha assistente pessoal, estará cuidando de toda a parte burocrática aqui. Espero que possamos fazer uma boa troca, tenham um bom dia! Eu fico olhando ele todo viril e dominante falando tão sério lá na frente, chega a me dá um nó na garganta de tanto t***o. Eu juro que de todas as coincidências que poderia acontecer, essa é com certeza a mais improvável. O homem com quem eu transei, que acha que eu sou uma p********a, é o meu chefe, ou melhor virou o meu chefe, como é possível o mundo ser tão pequeno? A Hanna olha pra minha cara que está pálida, e depois de me chamar algumas vezes sem resposta ela me dá um beliscão e pergunta baixinho. — Por que você está com essa cara de noiva cadáver, aconteceu alguma coisa? — Eu continuo em silêncio, então ela puxa meu cabelo e eu finalmente recupero minha consciência. —Oi! Eu... eu, eu sei — respondi sem prestar atenção. —Sabe o que sua louca! Eu perguntei: por que você está com essa cara terrível? — Repete a pergunta, rindo. —Porque eu estou neste momento olhando para o homem que fodeu com o meu psicológico — respondi naturalmente, sem me importar com a cara de choque dela. Ela me dá vários tapas e faz uma montanha perguntas. Eu respondo que aquele é o homem da boate. Ela também ficou impressionada com a beleza dele e também com o status, um homem lindo e milionário, ela disse que eu sou sortuda. Segundo ela, conhecer um homem perfeito assim é uma vez só na vida e também insistiu que eu corresse atrás dele, ela fala de um jeito, faz parecer que é muito simples me aproximar e ficar com ele, mas na verdade não é nada fácil, eu não tenho minha cabeça na lua como ela e sei que essa história é impossível. Depois da reunião nós voltamos aos nossos afazeres, a Maria ficou lá grudada ao lado do Oliver, agora eu finalmente sei o seu nome Oliver Carter, o nome também é bonito, como se não bastasse o homem também é milionário, ou seja, é muita areia para o meu carrinho de mão, porque na pindaíba que eu vivo nem caminhão eu conseguiria ter. Eu passei o resto do dia apreensiva, eu estou com medo de cruzar com ele nos corredores, estou com medo que ele me reconheça. Eu comecei a limpar os quartos feito uma louca, eu agi como se estivesse sendo perseguida, o Victor que está se aproximando notou imediatamente meu estado. —O que está acontecendo com você, minha princesa? Você parece que está em filme de suspense! —Perguntou colocando meu cabelo atrás da orelha e me olhando com carinho. —É quase isso viu —balanço a cabeça e dou um meio sorriso — eu estou preocupada com umas coisas, mas está tudo certo, eu também já estou terminando meu trabalho, vou para casa descansar a mente. —Bom, se você aceitar ir pra balada comigo, vou te fazer esquecer tudo —diz e sorri e levantando as mãos —vamos como amigos, juro! —Ele já tentou um relacionamento comigo antes, mas não bateu aquela química, sabe, não deu. —Desculpa, Victor, mas eu não estou no clima — recusei, ou pelo menos tento, pois a Hanna chega atrás de mim e fala: —É claro que aceitamos, anda sua defunta, vamos sair pra curtir um pouco, pode deixar que dessa vez é sem tanta emoção! —Ela pisca pra mim. A Hanna tem um quedinha pelo Victor, sempre acha oportunidades para ficar perto dele. —Tudo bem então! Bora terminar o trampo aqui. Nos encontramos aqui na porta do hotel às dez ok? —Respondi concordando. —Imagina, eu posso buscar vocês, sou um cavalheiro —Victor fala, como sempre ele sabe ser um príncipe. —Victor se você for buscar a gente, provavelmente volta de lá sem as cuecas, nós moramos em um lugar que o seu carro não passa nem nas ruas —Digo, deixando-o confuso. Ele tem um camaro e nosso bairro tem as ruas cheias de buraco. —Nossa! Onde vocês moram? —Pergunta preocupado. —Na favela, mas não se preocupe, lá é super tranquilo, minha casa fica na baixada e é menos violenta que nos morros. É tranquilo. Falei rindo da cara de espanto dele. Quando chegamos em casa, a Hanna já foi logo escolher a roupa, eu nunca a vi tão empolgada, acho que essa quedinha, não é só uma quedinha afinal. Eu e a Hanna estamos nos arrumando. Eu como sempre amo um macaquinho simples e confortável e um calçado também confortável, a Hanna me fez trocar, ela me fez colocar um vestido preto, justo e pra variar curto. Ela gosta de causar e se não for pra chamar a atenção, ela nem vai. Eu usei os acessórios e o vestido, mas mantive meu calçado de salto cinco centímetros bem confortável. A Hanna colocou um vestido vermelho, saltos quinze centímetros, bem provocante. Seguimos até a porta do Hotel, e o Victor já estava com o carro estacionado na porta, esperando a gente. A Hanna está muito empolgada, cheia de expectativas, eu confesso que também estou, nunca tínhamos entrado em um carro que valesse tanto. Um camaro preto, que carro luxuoso, até o cheiro é diferente lá dentro. Nós rimos, conversamos, vamos brincando até chegar na boate, a mesma da festa da Alice, é a mais cara da cidade, então é a escolha dos milionários para se divertirem. Passou um filme na minha cabeça, um filme com cenas quentes e excitantes, como eu queria repetir aquela noite, mas agora é impossível, aliás sempre foi. Aquilo foi uma loucura, um sonho e só. Nós nem esperamos na fila, o Victor é um cliente vip, nós só pegamos nossas pulseiras e subimos direto para área vip, os camarotes. Nós bebemos, dançamos e a noite começa. —Então vocês querem mais alguma coisa, meninas? Aproveitem a noite! —O Victor fala a toda hora, ele é realmente um fofo. —Victor, sabia que meu sonho é encontrar um príncipe assim igual a você! —A Hanna fala rindo, a bebida já começou a fazer efeito. —É mesmo! Que interessante saber que você me considera um príncipe, eu realmente gosto desse título. —Ele responde com um sorriso malicioso, ele já percebeu o interesse da Hanna. Eu percebo o clima surgindo quando a Hanna pisca em resposta ao sorriso dele, eu saio rapidinho de perto. Como eu imaginei foi só eu saí de cena e os dois começaram a dançar agarradinhos e eu estou muito satisfeita com a cena, fico muito feliz pelos dois. Vou até o bar e sento-me lá, peço mais uma bebida, estou curtindo as músicas e trocando algumas palavras com o barman, que é tão habilidoso quando o Lucas com esses malabarismo com as bebidas. Estou super à vontade e animada com a conversa quando ouço uma voz atrás de mim. —Que interessante, agora ela está morena! —Quase infartei quando olhei para trás. É ele!
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD