O garoto deve ter mais ou menos a Minha idade, mas tenha quase certeza absolutamente de que ele não faz parte da minha turma. Será que ele mora em alguma cidade perto daqui?
— Q-quem é você? — Gaguejo, tentando inutilmente ignorar o fato de que estou seminu. O cara deve ter alguns centímetros a mais que eu; sua pele é bronzeada e o seu cabelo possui um belo tom de dourado, tão brilhante que parece ser ouro derretido. Ele também está vestindo apenas uma sunga vermelha, que evidencia suas pernas torneadas e as linhas em formato de "V" da sua cintura.
— Wyatt. meu nome é Wyatt. — O cara explica, antes de simplesmente dar dois passos para dentro e entrar no pequeno lago.
Eu jogo a pedra azul de volta na água e tento esconder inutilmente a minha falta de roupas, mas ele apenas me lança um olhar divertido e dá né ombros. Os seus olhos são de tom quente e amarelado de castanho, tão vibrantes que eu consigo ver daqui. Ele senta na margem oposta a minha e me encara com aquele olhar divertido.
— Estava observando você desde que começou a nadar para a minha ilha. — Ele continua, me fazendo engolir em seco e ficar um pouco nervoso. Como assim ele estava me observando?? Que medo...
— Qual seu nome? — Ele pergunta. Sua voz transmite apenas curiosidade, me deixando um pouco mais tranquilo, de modo com que tudo que sinta agora é vergonha.
— Luther. — Respondo, então ele confirma levemente com a cabeça e abre um pequeno sorriso, mostrando dentes brancos, retos e perfeitos. As suas presas são milímetros maiores que o necessário, dando-lhe um charme a mais.
— É um belo nome, Luther. — Diz ele, enquanto coça a ponte do nariz empinado e morde os lábios, ainda sem desgrudar os olhos de mim.
— V-você mora por essas redondezas? — Pergunto quando ele começa a flutuar no meio do lado, de barriga para cima e com as pernas bronzeadas abertas. Eu luto contra mim mesmo para não encarar o volume entre suas pernas.
— Pode se dizer que sim. Você veio acampar com aqueles humanos que estão na praia, certo? — Diz ele, batendo os braços e as pernas e vindo tranquilamente na minha direção.
— Humanos? Sim. — Bufo e tento segurar uma risada baixinha.
— Parecem um bando de baderneiros.
— E talvez sejamos mesmo. — Murmuro de volta, observando-o se aproximar sorrateiramente e puxando as minhas pernas contra o meu peito assim que ele senta na minha frente, com mais ou menos um metro de distância.
Nós voltamos a nos encarar em silêncio novamente, observando um ao outro. O seu rosto anguloso é ainda mais bonito de perto, e o seu cabelo loiro não muda de cor mesmo estando molhado, continuando do mesmo tom de ouro derretido.
— O que está achando da minha piscina?
— S-sua piscina? — pergunto, arregalando os olhos e abrindo um sorriso um tanto zombeteiro.
— Sim. É minha. — Wyatt responde, franzindo as sobrancelhas, como se não soubesse o porque não estou acreditando nele.
— Os seus olhos, Luther. — ele continua, se aproximando lentamente e focando nos meus olhos. Wyatt chega tão próximo que consigo sentir o calor emanando da sua pele.
— O que tem meus olhos? — passo as mãos no rosto, tentando ver se tem alguma coisa de errado.
— Eles são muito bonitos. Nunca vi olhos de um azul tão profundo. — Wyatt sussurra, engatinhando na minha direção até está sentado entre as minhas pernas, de modo com que eu fique pressionado entre ele e a margem do pequeno lago.
— E-eu... Ãhn... O-obrigado. — Gaguejo, tentando ignorar o fato de que ele está praticamente em cima de mim e eu sinto cada centímetro dele pressionado contra mim (mais especificamente uma coisa lá embaixo que está me deixando completamente maluco).
— E esses pontinhos na sua cara, o que são? — sua voz suave me faz engolir em seco. Ele ergue os braços bronzeados e segura minha cabeça, enterrando os dedos longos nos meus cachos escuros e úmidos.
— M-minhas sardas? — gaguejo o óbvio, encarando o seu rosto a centímetros dos meu.
— Certo, que seja. Não importa o nome disso, elas deixam você mais lindo ainda. E esse cabelo... — Observo em câmera lendo a sua boca se aproximar de mim. O olhar profundo dele me deixa meio hipnotizado e faz o meu coração bater mais rápido ainda.
Fecho os olhos, sentindo o meu corpo inteiro tremer em precipitação pelo que sei que vai acontecer. Quando os seus lábios tocam os meus, ondas de prazer e surpresa percorrem cada célula do meu ser. Os seus lábios são macios e quentes. Eu também consigo sentir os seus dedos apertarem um pouco mais minha nuca, e o que era pra ser apenas um selinho, vira um beijo de verdade quando ele aprofunda o beijo, abrindo os meus lábios com os seus.
Eu nunca havia beijando ninguém antes e não sei o que fazer, na verdade, então não faço nada a não ser deixa-lo no comando.
Quando a ponta da sua língua entra na minha boca, não consigo evitar o gemido engasgado que escapa do fundo da minha garganta, mas que é abafado pela sua boba. Ele envolve a minha língua com a sua e me obriga a retribuir o movimento, surpreendendo a mim mesmo pelo quão gostoso isso é.
Sem conseguir evitar, agarro os seus ombros e começo a beija-lo de volta, mesmo sem saber direito o que estou fazendo. Wyatt tem um gosto único, que não faço ideia do que seja, mas é bom.
Quando finalmente nos separamos, ambos estamos arfando sem parar.
— I-isso foi... — Começo, ainda completamente atordoado e sentindo os pelos da minha nuca ficarem eriçados, onde ele está acariciando com seus dedos longos.
— Muito gostoso. — Wyatt completa, abrindo um sorriso angelical para mim.
Não estou acreditando que beijei um completo desconhecido. Um desconhecido muito lindo e estranho, por sinal.
A aproximidade entre nossos corpos me faz engolir em seco e desejar beija-lo novamente, e ele parece querer o mesmo, pois se inclina lentamente na minha direção de novo, mas antes que seus lábios toquem os meus novamente, uma sensação estranha cruza o meu corpo.
— A-ai... — Solto um arqueio de surpresa, sentindo um calor estranho se alojar na minha espinha e descer em direção às minhas pernas. Wyatt parece notar que há algo de estranho comigo, porque ele se afasta um pouco e me observa com os olhos arregalados.
Eu assisto completamente horrorizado a água ao redor das minhas pernas começar a borbulhar sem parar, como se eu estivesse sentado dentro de uma panela fervente. Aquele calor anormal envolve cada centímetro das minhas pernas, fazendo várias vezes o percusso entre minhas virilha e a ponta dos meus dedos.
Há tantas bolhas que não consigo ver quase nada, mas consigo distinguir alguns vislumbres de azul turquesa por todos os lados. Uma dormência estranha se instala nos meus membros inferiores, de modo com que eu não consiga mexer minhas pernas de forma separada, como se tivesse alguma força invisível ligando uma a outra.
Aos poucos, as bolhas completamente anormais começam a desparecer e eu consigo ver direito as minhas pernas.
— A-ai meu D-Deus... — Murmuro completamente horrorizado, encarando a enorme coisa azul que está no lugar das minhas pernas. Minha visão fica meio turva e eu sinto uma sensação de tontura extrema. Tenho quase certeza de que apaguei por alguns segundos, Porque o cara loiro avança sobre mim com rapidez e me segura pelos ombros.
— Ei!! Se acalma, Luther!! — Ele me sacode pelos ombros e tenta me fazer recuperar a consciência, o que deve ter funcionando, mas assim que meu olhar recai sobre a coisa escamosa e azul novamente, a tontura volta com tudo.
— AAAAH!!! — grito inutilmente, tentando controlar minhas pernas, mas o problema é que eu não tenho mais pernas, e o movimento só serve para jogar jatos de água para todos os lados.
— SE ACALMA LUTHER!! — Wyatt rosna, com preocupação impregnada na sua voz.
— M-ME ACALMAR?! O-OLHA AQUILO!! — Aponto de maneira frenética paga baixo, sem ter coragem de olhar para lá e encarar aquela coisa. Empurro ele para longe de mim e enterro as unhas na margem do lago, me arrastando com dificuldade para fora da água, respirando com dificuldade de tanto nervosismo.
Acho que estou tendo uma crise de Pânico ou algo assim. Talvez se eu fechar os olhos, respirar fundo e contar até dez, tudo isso vai desaparecer. Talvez seja apenas um sonho...
— Luther, está tudo bem! — Wyatt sai do lado também e se ajoelha ao meu lado. Ele me ajuda a sentar (na verdade ele me puxa para cima bruscamente), o que é um pouquinho desconfortável, porque eu sinto algo estranho na minha b***a.
— E-eu v-virei um peixe, cara. EU VIREI A p***a DE UM SÓSIA DA ARIEL!!! — Rosno para ele, tomando coragem de olhar para o r**o novamente, repetindo para mim mesmo repetidas vezes que isso é um sonho. O meu cabelo molhado está caindo no meu rosto e minhas unhas estão tão cheias de terra que está ardendo um pouco, mas eu m*l ligo para isso, enquanto encaro essa... essa coisa.
O r**o começa pouco abaixo da linha da minha cintura, exatamente onde os meus pelos pubianos bem aparados deveriam está. No início há apenas algumas escamas azul e arredondadas presas na minha pele, mas a partir da minha pélvis, cada milímetro dessa parte do meu corpo é revestido por elas, de forma com que fiquem sobrepostas umas sobre as outras.
Essa coisa vai bem mais longe do que meus pés alcançariam. Há barbatanas longas de cada lado da minha cintura, elas são meio translúcidas e mudam de cor de acordo como a forma que a luz bate nelas, variando de um verde amarelado a um azul profundo, parecendo asas de libélulas.
Minha atenção recai sobre a ponta do r**o e me faz Arregalar os olhos. A barbatana de lá é enorme, tão enorme que deve me deixar com quase dois metros e meio. Ela também é meio translúcida, e tem a forma de coração meio engraçado.
Eu tenho inutilmente me mover, mas isso faz apenas com que eu bata em Wyatt com a barbatana. Ele solta uma risadinha baixa e senta ao meu lado, antes de estender a mão e tocar o r**o azul.
— É lindo. — ele sussurra, abrindo um sorriso para mim. Ele parece um tanto surpreso por eu estar assim, mas não está nem um pouco assustado.
— É-é estranho!! O que d-diabos é isso?! E porque você está tão calmo?! — grito, ainda meio espantado. A calma que me consumiu enquanto observava o r**o já está passando, dando lugar ao desespero de antes. Pra onde foram as minhas pernas?!
—A-ah meu Deus. — Gaguejo quando uma coisa vem a minha mente. Eu olho para baixo e agarro inutilmente a parte onde o r**o começa na minha cintura.
— O que foi?
— C-CADÊ?! — A sensação de tocar as escamas é estranha, e é mais estranho ainda sentir os meus próprios dedos tateando, indicando que a área é bastante sensível ao toque. isso faz as probabilidades de isso ser um sonho irem para o ralo...
— Cadê o que? — Wyatt se ajoelha ao meu lado e coloca a mão sobre a minha, tentando me manter calmo.
— C-CADÊ O MEU p*u?! — grito, enquanto observo a região da minha virilha que está completamente lisa e repleta de escamas. Ao colocar os braços para frente, também percebo que na parte de trás dos meus antebraços há barbatanas também.
— Relaxa, ele aparecerá novamente quando você voltar a forma humana. — O garoto loiro explica, dando tapinhas no r**o e tocando de leve as barbatanas das laterais da minha cintura.
— C-como você sabe disso?
— Bem... — Wyatt começa, antes de levantar e pular de volta no lago. Seus olhos continuam fixos no meus, enquanto ele começar a boiar e abre os braços. Bolhas anormais começam a envolver suas pernas, só que de uma forma bem mais rápida. Uns cinco segundos depois elas param, deixando um r**o alaranjado e manchas vermelhas no lugar.
— V-você é uma s-sereia!!! — Grito, apontando para ele. Essa frase parece (e é) bastante i****a quando dita em voz alta, MAS É VERDADE!!
— Tritão. — Wyatt me corrige, enquanto revira os olhos e lança um jato de água na minha cara com um simples movimento com seu r**o.
— Que seja. ISSO NÃO DEVERIA EXISTIR!!! — Alterno o olhar entre ele e o lugar onde minhas pernas deveriam estar, engolindo em seco, mas tentando manter a calma.
— Está falando que eu não deveria existir?
— N-não foi isso que eu quis dizer. — respondo rapidamente, o que é mais pura verdade. — O que eu quis dizer é que isso é impossível!!
— bom... Como você pode ver, não é. Agora porque não entra aqui? — ele abre um pequeno sorriso e nada até a margem do lado em que estou.
— A-acho que não. — digo, mas ele estende os braços e agarra a enorme barbatana azul. Percebo agora que ela parece a barbatanas de um peixe Betta dumbo.
— Você vem por bem ou por m*l. — ele diz, antes de soltar uma risadinha esquisita e me puxar com força, arrastando-me de volta para a água.