As luzes frias da sala de operações criavam sombras alongadas sobre os rostos tensos ao redor da mesa. Isabella mantinha os olhos fixos no dossiê aberto à sua frente. A fotografia envelhecida de Giulio Mancini, seu tio, a fitava como um espectro há muito esquecido. Alessandro, ao seu lado, observava-a em silêncio, sentindo a batalha que se travava dentro dela. — A última movimentação registrada foi há três semanas, numa base subterrânea em Messina — disse Lorenzo, apontando para o mapa. — As comunicações são esparsas, mas tudo indica que Enzo está mantendo Giulio vivo. — Se for verdade — completou Elena, cética —, isso muda o jogo. Mancini era o elo entre as famílias do norte e do sul. Se ele estiver vivo, pode reforçar a legitimidade de Isabella... ou virar uma arma nas mãos de Enzo. I

