Alice Narrando Quando o Teto olhou pra mim e mandou eu me trancar, eu já senti que era sério. O jeito que ele falou, firme, direto, eu conheço. Ele só fala assim quando o bagulho é pesado de verdade. — Fica trancada. Não abre essa porta pra ninguém — ele disse, com o olho cravado no meu. — O que tá acontecendo? — perguntei, já sentindo um frio estranho na barriga. — Ainda não sei. E antes que eu falasse qualquer coisa, ele saiu, batendo a porta. Aquilo ecoou no meu peito. Corri até a porta, virei a chave com pressa e fui direto pro quarto. Tranquei a porta também e me joguei no chão, entre a cama e a parede, do jeito que a Simone já tinha me ensinado. Ela sempre dizia que quando começassem os fogos assim do nada, era invasão. Que os cara anunciavam o terror com rojão no céu. E foi e

