Celina Narrando Cheguei na fábrica e o motorista do app me olhou com aquele olhar de quem não acredita no que vê. — Tem certeza que quer ficar aqui? — perguntou, a voz carregada de dúvida. Respirei fundo, tentando parecer firme, mesmo com o coração disparado: — Sim. Paguei a corrida e desci. Assim que meus pés tocaram o chão frio de concreto, meu celular vibrou na minha mão. Era o Vinícius. A mensagem era curta: “Tô te vendo.” Olhei ao redor freneticamente. Nada. Mas se ele dizia que me via, só podia estar escondido em algum canto, observando cada passo meu. Um arrepio percorreu minha espinha, e eu senti cada músculo tenso. Entrei mais fundo na fábrica, o silêncio esmagador me deixando alerta a cada som mínimo: o rangido de uma porta velha, o eco do meu próprio passo, o cheiro de ól

