Alice Narrando O Teto me levou de carro no final da tarde. Eu já sabia que aquele dia ia ser diferente, mas não imaginava o quanto. Assim que parei na frente do barraco, desci e fui direto pro quarto. Peguei uma mala grande, outra média, e comecei a juntar tudo: roupa, sapato, minhas coisas do banheiro. Cada gaveta que eu esvaziava parecia que ia levando um pedaço da minha história dali. Fechei a última mala, olhei ao redor e senti aquele aperto no peito. Ali tinha sido meu primeiro lar no Rio de Janeiro, onde aprendi a me virar sozinha. Apesar de tudo, senti uma gratidão enorme por cada dia que passei ali. Mas agora era hora de seguir em frente. Levei as malas até o carro, o Teto pegou algumas, colocou no porta-malas, e voltei pra fechar a porta. — Bora? — ele perguntou, já se ajeitan

