- O primeiro encontro:

1991 Words
Naquela época tudo o que eu mais queria era fugir dali, toda a vida que tinhamos não passava de uma mera ilusão e como criança ser tratado da mesma forma que um objeto a ser descartado não me despertava nenhum sentimento de apego a meus possuidores. O choro fazia minha voz ficar embargada enquanto que eu corria em pranto aleatoriamente por entre aquele gramado o qual dava acesso a um dos jardins da casa. - Eu vou prá bem longe! E nunca mais vou voltar, eles vão ver só... Uhg! - Bato em alguma coisa ao correr fazendo-me voltar a atenção para frente. - Aaaiii! - Grita uma garota estranha que cai de b***a no chão deixando a sua frente uma caixa enorme de madeira a qual empurrava. - A culpa é sua, se tivesse olhado para fente teria me visto. - Reviro meus olhos nervoso sem saber muito bem como reagir ao acontecido. - Sou o filho do impérador... Posso fazer qualquer coisa! - Bato ambos os pés fortemente no chão enquanto grito ainda em lágrimas assustando a garotinha a minha frente, que ao se mover para trás com seus olhos marejados começa aos poucos a chorar também. - Foi mau! Desculpa, eu já falei mais você não para. - Faço uma pausa olhando em seu rosto enxarcado de lágrimas. - Você dá medo... - Ela funga ao coçar seus olhos chorando ainda mais. (Eu não posso ser pego fazendo uma garota chorar, nem sei o que meus pais irião fazer comigo se descobrirem). Sem muito o que fazer começo a imitar alguns animais que via nos pergaminhos no Pálacio porém foi uma tentativa falha pois ela continuava chorando. - Você é mau! Eu não gosto de você, meu bumbum tá doendo por sua causa. - Se levanta tocando em sua b***a enquanto fala. - Eu já pedi desculpas não pedi? - Haham, mas eu não quelo e nem peciso delas afinal você poderia ter destruído minhas maquiagens e olhe bem pla mim tô todo sujo. - Faz um biquinho o qual admito ser fofo com a boca, em seguida cruza seus braços enquanto me olha irritada. - Você é do Clã Huā certo, por isso os cabelos rosa, então deve ser filha de Wang aquele chato – Reviro novamente meus olhos ao lembrar daquilo novamente, ao mesmo tempo em que enxugo meu rosto. -, é da realeza ou de prostituta? - Pergunto sem demonstrar muito interresse. - Eu sou filho da minha mamãe e do meu papai, não sou filho de prostituta! - Você é da elite não deveria estar aqui sozinho andando com uma caixa de maquiagens. - Inclino meu corpo levemente para frente o que a faz franzir o cenho. - Por que não pede para algúem fazer isto por você? (O que ela quis dizer com filho?). - É que meu papai não deixa eu chegar perto da minha mamãe e nem das minhas irmãs, ele não gosta de mim. Daí que se eu tivesse nascido uma menina ele me deixaria chegar perto delas e ficar bonito. Gesticula com as mão enquanto eu dou um passo ara trás completamente abismado. - Peraí você é um garoto!? - Arregalo meus olhos ao dar um passo para trás surpreso. - É, o que mais eu seria? - Ele levanta ambos os braços ao falar. - Sempre estão me dizendo isto, e é muito chato. Não posso usar nada bonito isso não é justo. - Você é um garoto muito estranho. - Tento esconder minha vergonha por confundi-lo com uma menina. ( Como eu não reparei antes que ele era um cara? Mas a culpa é dele, com essa cara e esse cabelo... Todo mundo pensaria o mesmo que eu!). Voltando minha atenção para ele noto que o mesmo me olhava com um certo fascínio o que me deixa corado de vergonha enquanto esperavo por sua resposta. - Por que você usa roupas coloridas mesmo sendo um menino? - Eu sou o filho do Imperador, então é claro que eu usaria roupas assim oras, até parece que nunca viu um m****o da família real! - Coloco minha mão rente ao peito enquanto digo a ele declaradamente tentando me gabar. - Po que você fala alto desse jeito? - Instiga-me. - Meu pai disse que eu tenho que falar assim para demostrar autoridade... ele sempre me diz muitas coisas. - Coço meu braço um tanto incomodado com a situação admitindo sem querer meu desconforto em relação a nossa relação de pai e filho. - Mas eu te escuto muito bem assim então não precisa gritar, meu pai também fala muitas coisas mais eu nunca às escuto, acho que esse é outro motivo do poque ele não gosta e de mim. - Ele ri minimamente da situação em seguida se aproxima ainda mais de mim. Por algum motivo estava gostando de sua presença, ele era uma criança chorona e confusa porém fofa e eu detestava ter que admitir isto, mas ele foi o motivo por tornar aquele dia especial. - Para que fique bem claro essas roupas que eu uso são caras e difíceis de se fazer, apenas imperadores e membros da elite podem usá-las entendeu? Não é roupa de menina. - Finjo uma tosse forçada dissipando aqueles pensamentos de minha cabeça. - Eu entendiii! - Olha para caixa de maquiagem em seguida enxuga seu rosto. - Me ajuda? - Volta seu olhar para mim. - Se você sabe se vestir assim deve conseguir me maquiar também, meu irmão disse que pessoas importantes virão nos visitar e eu quero ficar bem bonito para recebe-las. - Bem não sou eu que me arrumo, mas já vi muitas mulheres no Palácio fazendo isto, posso tentar fazer algo em você para que se pareça com elas. - Serio! - Ele pula de alegria enquanto comemorando me pucha pelo braço para próximo de seu corpo e em menos de um segundo eu já estava entre seus braços. ( Um abraço?) Penso confuso sem saber muito bem como reagir. - “...” ( Quando foi a última vez que me abraçaram? Mesmo eu sendo o filho do imperador... Sério ele é mesmo um garoto estranho). Rio adimitindo minha derrota em seguida o abraço de volta o que o deixa claamente contente. [...] Seguindo seu desejo abro com cuidado a caixa a qual se enontrava entre nós, ele levanta seus olhos para mim mostrando sua empolgação e em seguida com o sorris mais lindo do mundo ele capitura meu coração deixando minhas bochechas coradas, pouco depois ele retoma seu olhar para baixo admirando aquele compilado de objetos estranhos. - Eu quero cores bem fortes tipo... - Ele pensa um pouco. -, rosa ou vermelho, gostos dos dois e você? Aliás como você se chama?? - Torna a olhar para mim. - Liang é assim que me chamo. - Liang! Nós somos amigos não é? Vamos ser amigos para sempre! - Diz eufórico. - Tá somos amigos. - Eu apenas concordo também sorrindo. Pego um dos maiores pinceis da caixa e com ele faço duas bolas cor de rosa em suas bochehas já rosadas, Li Huā não parava de falar enquanto me fazia perguntas bobas, e eu as respondia dando ainda mais corda para suas brincadeiras. Com um pincel menor passo uma tinta vermelha fazendo dois pequenos círculos em cima de seus olhos, e por fim finalizo a maquiagem com um batom ainda mais forte. Estando terminada olho por alguns segundos para a face de Li Huā que m*l conseguia conter-se ancioso para ver seu rosto. - Pronto eu tentei tá bom! Não vai ficar bravo comigo? - Dou-lhe um pequeno espelho o qual estava dentro dá caixa. Há um pequeno intervalo de silêncio entre nós, Li Huā parecia ter paralisado, porém ao abaixar o espelho vejo seus olhos cheios de brilho e um sorriso meio borrado pelo batom ainda maior do que o anterior, o que tranquilizou-me. - Eu estou tão diferente! Tô parecido com minha mãe, adorei. Meu rosto está cheio de cores bonitas... Estou bem assim? - Ele me olha constrangido. - Você gostou realmente disso? - Gosto, queria ficar assim o tempo todo. - Revira seus olhos envergonhado. - Mais... Liang, estou bunito? - Torna a me perguntar. - Você é lindo ok? Sempre foi, só que agora está ainda mais. - Evito olhar para seu rosto. (O que eu estou dizendo? Ele ficou fofo sim porém se aparecer no salão desse jeito todos iram rir dele, e tudo será minha culpa, se bem que não acho que terão coragem de fazer algo do tipo comigo ao lado dele. Somos amigos afinal não é? Mas ele continua estranho). - Sério eu finalmente estou bonito!? Meu papai vai gostar de mim agora! Isso é tão legal!!! Você me acha bonito, você me acha bonito! - Pula de alegria enquanto cantarola olhando para mim que quase morro de vergonha e constrangimento. - Tá bom agora por favor fale mais baixo você não precisa gritar, eu já entendi o que você quer. (Espera é isso eu realmente não preciso gritar ou falar alto para as pessoas me entenderem,ele estava certo o tempo todo). - Desculpa, é que eu fiquei tão feliz que não pude resistir e deixei escapar. - Tudo bem, eu acho... - Respiro fundo. - Porém eu ainda não terminei de te arrumar, faltam alguns toques finais para você ficar perfeito. Retiro um colar de ouro de meu bolso, algo que trouxe por acaso do Pálacio e em seguida o coloco em seu pescoço, desta forma faltando apenas seu cabelo aonde faço duas marias chiquinhas com algumas fitas as quais também retirei da caixa. - Agora sim você está perfeito. - Podemos ir para o salão agora? A mamãe vai começar a dançar em breve. - Tem certeza disso? Seu pai pode não gostar de vê-lo dessa forma. - Tenho, quero mostrar ele que eu também posso ficar bonito. Ele não gosta dessas coisas, mas eu amo, queria que ele não me castigasse por isto. Seguro sua mão por instinto. - Vai dar tudo certo, vou te proteger se precisar. Aperto sua mão lhe deixando mais avontade em seguida ambos caminhamos juntos pelos jardins sendo guiados pelas luzes fortes da residencia. Em certo ponto ao olhar para ele acabo pesenciando algo incrível, a luz da lua refletida em seus cabelos os tornava ainda mais belos, tomados por uma espécie de brilho mágico o qual se apossa de tudo ao nosso redor. Era algo realmente maravilhoso, tanto o gramado quanto as flores cintilavam a medida que Li passava por elas; sendo mais lindo do que todas as pedras preciosas e ouro que eu já havia visto na vida, sendo quase possível de descrever tal momento de extrema beleza e encanto. (Ele é quase 5 anos mais novo do que eu porém conseguiu me mostrar algo que nunca antes ninguém havia mostrado, é de uma beleza imensurável, tanto ele quanto este lugar). - Li Huā você não gostaria de ser minha noiva? - O que é isso? -Diz sem entender. - Acho que você é muito novo para entender essas coisas. Nossos pais querem que eu me case com uma de suas irmãs mas eu não gosto desse tipo de menina, elas são mimadas. (Se bem que eu nem as conheci ainda). - Não entendo, poque meu papai quer que vocês se casem? - As coisas são compricadas, mas mesmo que seja a sua irmã se for chata eu não vou me casar. (No fim ela é apenas uma moeda de troca, posso parecer uma criança burra e mimada porém entendo muito bem como as coisas funcionam. Já esse garoto ele é tão pequeno e ingênuo, acho que é por isso que ele me interessa tanto, sua inocência e confiança são sua verdadeira magia). - Li nunca se deixe levar pelas coisas do mundo, pois quando souber da c***l verdade que nos rodeia será tarde demais.
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