Adelson Coloquei Bruna no meu colo e a abracei forte. Minha pequena tremia, e eu podia sentir o medo nela, pesado, grudado como um fantasma que nunca ia embora. — Não chora, não chora... — sussurrei contra o topo da sua cabeça, tentando acalmá-la. — Se formos à delegacia, vão querer que eu vá morar com a minha mãe... Eu não quero! — A voz dela saiu desesperada, embargada pelo medo. — Quero ficar com você… com você, com você… Eu segurei seu rosto com as mãos, forçando-a a me olhar. — Olha pra mim, minha pequena. Olha nos meus olhos. — Esperei até que ela levantasse o olhar, as lágrimas ainda brilhando ali. — Ninguém tira você de mim. Ninguém. Eu juro. Ela respirou fundo, ainda soluçando baixinho, mas começou a se acalmar. — Só vamos organizar os documentos, nada mais. Você quer ficar

