Bruna narrando Eu chorei quando ele partiu. Não queria, prometi que não choraria, mas as lágrimas escaparam antes que eu pudesse evitar. Ele era o meu porto seguro, minha sensação de segurança, de conforto. E, naquele momento, tive medo de ficar sem ele. Mas Lavínia me abraçou com carinho, murmurando palavras suaves para me acalmar. Seu abraço era quente, aconchegante, como o de uma irmã mais velha. Era tudo que eu nunca tive enquanto crescia. — Está tudo bem, Bruna. Você está segura aqui. Ela me levou para a cozinha, onde o cheiro de bolo de chocolate tomava o ar, trazendo uma sensação reconfortante. Mas não havia nada de familiar ali. Eu não me lembrava de bolos de chocolate na infância. Nunca. Acho que minha mãe não fazia e, depois, dentro do bunker, eu só comia bolo de padaria. E

