Capítulo 30 – No Limite do Controle

1040 Words
O bar estava cheio de vozes e risos, criando um ambiente animado. No entanto, Alessandro permanecia calado, seus olhos fixos em Serena, que mexia no copo nervosamente. Ela tentava ignorar o desconforto crescente, mas a tensão entre eles parecia sufocar o espaço ao seu redor. Brenda voltou da toalete com os olhos levemente vermelhos, mas forçou um sorriso enquanto se sentava e pegava uma bebida. Ela tentava disfarçar a fragilidade, mas o olhar atento de Lucas não foi enganado. Conhecendo Alessandro como conhecia, percebeu que algo estava fora do normal. Ao observar Brenda, entendeu que havia acontecido algo entre eles. Para manter o clima descontraído, Lucas continuou conversando com Miguel e Alice, tentando desviar a atenção. Enquanto isso, Serena continuava a bebericar sua bebida, tentando parecer relaxada. Mas Alessandro, com um movimento brusco, tirou o copo da mão dela. — Já chega — disse ele, sua voz baixa e carregada de irritação. — Você já bebeu demais. Não estou a fim de ter que cuidar de você depois. Serena ficou vermelha e olhou para baixo. — Ah... você tem razão. Melhor eu parar. Miguel, que observava a cena, estreitou os olhos. — Não acho que há problema algum — rebateu ele, seu tom firme. — Ela não está bebendo tanto assim. Além disso, ela está com você, que é o marido dela, certo? As palavras pesaram no ar. Alessandro virou-se lentamente para Miguel, seus olhos gelados. Lucas entrou no meio, tentando aliviar a tensão: — Relaxa, cara. Estamos comemorando. A prova na faculdade foi um grande passo pra eles. Serena, sentindo a atmosfera sufocante, afastou o copo com as mãos trêmulas. — Tudo bem, gente. Eu já parei. De verdade. Miguel balançou a cabeça levemente, seus olhos cheios de suspeita. Cada vez mais tinha certeza de que havia algo errado na relação entre Alessandro e Serena. Quando Alessandro chamou o garçom para fechar a conta, ele m*l olhou para Serena antes de dizer: — Vamos. Após pagar, levantou-se e se despediu secamente dos outros: — Nós já estamos indo. Serena levantou-se delicadamente, abraçou Alice e Miguel, despedindo-se também de Lucas e do restante do grupo. Brenda, sentada, observava tudo com um olhar carregado de ódio e amargura. No Carro O silêncio entre Alessandro e Serena no caminho era pesado. Quando chegaram perto do carro, ele parou e virou-se bruscamente para ela. — Você é mais esperta do que eu pensei — disse, a voz gélida. — Já está bem adaptada aqui, não é mesmo? Serena franziu a testa, confusa. — Alessandro, o que está acontecendo? Ele abriu a porta do carro com força. — Não se faça de sonsa. Os seus amigos sabem que o nosso casamento é uma farsa? — Não, eu... — Então trate de deixar isso claro! — interrompeu. — Eu não estou disposto a passar por mais cenas ridículas como a de hoje. — Me desculpa... — É bom que todos saibam — continuou, os olhos fixos na estrada. — Assim só precisamos encenar para os meus pais. Serena engoliu seco, sentindo o peito apertado. — Você torna tudo mais difícil — murmurou, a voz embargada. — Eu não entendo o seu comportamento. Está cada vez mais complicado lidar com isso. Alessandro freou o carro bruscamente e virou-se para ela, o rosto cheio de raiva. — Jura? Você não entende? Eu fui obrigado a me casar com você contra a minha vontade. E eu é que sou o difícil? Serena levantou a voz, as lágrimas brilhando nos olhos. — Eu não sabia! Você... você quis algo comigo! Eu fiquei confusa! — Ela respirou fundo, deixando a dor sair. — Quem foi enganada aqui fui eu, Alessandro, e não você! Ele a encarou com um misto de desprezo e incredulidade. — Enganada? Você é uma sonsa mesmo. — A voz dele saiu como um veneno. — Já que eu não posso sair dessa merda de casamento, faça um favor e saia da p***a do meu carro! Serena congelou. — Mas... — Saia! Ela abriu a porta devagar, os olhos marejados. Ao colocar os pés na calçada, Alessandro arrancou com o carro, deixando-a sozinha. Perdida e Sozinha. O vento frio arrepiou os braços de Serena enquanto ela olhava ao redor. Não havia ninguém, apenas o som distante de carros passando. Levou a mão à bolsa para pegar o celular, mas percebeu que a havia deixado no carro. Desesperada, começou a andar na direção em que Alessandro tinha ido. As lágrimas caíam sem controle. Tirou as sandálias, sentindo o asfalto gelado sob os pés. Enquanto caminhava, alguns carros passaram buzinando e gritando coisas que a deixaram ainda mais assustada. Ela começou a cantar baixinho para tentar se acalmar, mas sua voz tremia. Foi quando ouviu o som de uma moto parando bruscamente. Ela se virou assustada e viu Miguel tirando o capacete. — Serena?! — disse ele, o rosto preocupado. — O que você está fazendo aqui? Ela levou a mão ao peito, aliviada e, ao mesmo tempo, desmoronando. — Miguel... graças a Deus. — As lágrimas caíram de vez. — Serena, o que aconteceu? Ela engoliu em seco e disse baixinho: — Por favor, só me leva pra casa. Eu prometo que te conto tudo amanhã. Miguel hesitou, mas ao ver o desespero nos olhos dela, entregou-lhe sua jaqueta. — Tudo bem, mas você vai me contar depois. Serena vestiu a jaqueta e subiu na moto, hesitante por estar de vestido. — Eu... estou de vestido... — Não tem problema. Segura firme. Quando ela passou os braços em volta dele, encostando a cabeça em suas costas, Miguel suspirou, sentindo algo diferente. Por mais que soubesse que Serena era casada, ele não conseguia ignorar a atração que sentia por ela. Chegada em Casa Quando pararam em frente ao prédio luxuoso, Miguel ficou em silêncio por um instante. — Você mora aqui? — perguntou, olhando para o edifício imponente. — Sim. — Ela desceu da moto. — Obrigada, Miguel. Até amanhã. Ele a observou entrar no prédio, o coração apertado. Havia muitas perguntas martelando em sua cabeça. Como uma garota tão simples morava em um lugar tão luxuoso? E por que parecia tão infeliz? Sem respostas, Miguel deu partida na moto e partiu, decidido a descobrir o que estava acontecendo.
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