Riqueza Oculta

Bianca deu apenas alguns passos e foi o suficiente para ver tudo.

Dois dias depois....

Bianca deu apenas alguns passos e foi o suficiente para ver tudo. A casa cheirava mofo por estar muito tempo fechada. Por isso começou a abrir as janelas para a luz e a brisa fresca entrar.

Maya viu seu gesto e a ajudou enquanto Heitor retirava as coisas do carro.

—Tem certeza de que vai gostar de passar suas férias aqui? —Maya perguntou momentos depois.

Bianca abriu a porta dos fundos que tinha como vista a linda praia chamada "Laço do cavalo". No carro, tinha perguntado por que esse nome, mas ninguém soube responder.

—Olha isso! Você acha que eu estou preocupada com a casa? Uma praia inteirinha para mim é o máximo.

—Falou tudo. —Heitor disse. —Esse lugar é incomparável. E vamos aproveitar bastante antes que mais alguém o descubra e condomínios de casa se levantem ao nosso redor.

—Credo. Seria uma judiação. —Bianca disse com pesar na voz. —é tão bom essa quietude...essa privacidade.

—E então? Hoje à noite iremos na inauguração do novo bar que vimos no caminho? Eu gostaria de ir.

—Por mim tudo bem. —Heitor disse.

Bianca observou a expressão animada no rosto dos dois e não viu outro jeito a não ser ir.

—Eu irei. Gostei da casa, do lugar, mas não sei se ficaria sozinha aqui.

—Ótimo. —Maya disse animada. —Bem, agora vamos dar um jeito na casa, e correr com o almoço para podermos curtir a praia.

Bianca riu.

—Almoço? Eu não sei vocês, mas comeria sanduíches hoje. E capricharia no jantar. Não quero perder nenhum minuto do meu precioso tempo pensando em comida.

Maya sorriu.

—Boa ideia. Tudo bem para você Heitor?

—Para mim tudo bem, tendo cerveja gelada está tudo bom.

Maya fez cócegas nele.

—Por isso essa barriguinha.

Heitor a abraçou.

—Que você ama! Fala a verdade?

Eles riram e Bianca riu junto.

Minutos mais tarde, estavam gozando a linda praia. O céu azul sem nuvens era um presente do céus. Ela já estava um bom tempo com seus amigos na água, por isso resolveu dar um pouco de privacidade aos dois e avisou que sairia.

Tão logo se afastou, olhou o casal e viu o beijo trocado entre eles. Virando a cabeça novamente, sorriu com uma pontinha de inveja.

Devia ser bom amar e ser amada. E mais que tudo isso, sentir que o outro era sua alma gêmea.

Perto do meio-dia acenou para os seus amigos e deixou a praia.

A casa era composta por apenas um banheiro e resolveu tomar banho antes deles. O sol também estava castigando sua pele clara.

Indo em direção à casa, reparou nas nuvens se formando entre as montanhas. Talvez choveria a tarde, quem sabe uma chuva rápida para dar um frescor para a noite.

Mais ao longe, viu a pequena casa de alvenaria do vizinho, bem parecida com a de Heitor. Ela parecia estar vazia, mas então viu as janelas abertas e ficou em dúvida.

Logo que entrou na casa, se dirigiu ao banheiro e trancou a porta. Tinha deixado previamente as roupas que usaria em cima do pequeno balcão.

Retirou seu biquíni e desamarrou os cabelos ainda úmidos. Entrou debaixo da água fria, que de fria não tinha nada, estava tão calor que ela estava numa temperatura maravilhosa, mais quente do que estava o mar.

Lavou muito bem os cabelos castanhos longos com xampu e passou um creme anti frizz, senão, eles ficariam armados. Enquanto fazia movimentos de cima para baixo com o creme nos cabelos, começou a pensar nos seus passos a seguir: Depois do banho, faria uns sanduíches com pão integral, peito de peru defumado, azeitonas pretas, maionese, alface e queijo branco. Chegou a salivar com a imagem dele pronto por causa da sua fome.

A noite talvez fariam uma comida leve ou comeriam no novo bar. Sorriu. Essa agora seria sua única preocupação e isso era maravilhoso.

Como era bom se sentir livre de horários, de costumes, de obrigações, em férias, e pretendia curtir cada minuto.

Quando saiu do chuveiro se olhou no espelho e sorriu quando viu a marca do biquíni deixada pelo sol. Sua aparência era mais bonita do que nunca. Saiu aquela cor de escritório. Estava bem corada e se sentia radiante. Do jeito que pegava cor fácil, voltaria para casa bem bronzeada.

Hoje à noite usaria um vestido branco com lindos detalhes pretos em toda a sua extremidade. Ele evidenciaria ainda mais seu bronzeado. Não que quisesse chamar a atenção, mas queria estar bem consigo mesma. Não tinha depositado muita fé nessa viagem que conheceria alguém interessante. Não alguém do seu nível social.

Talvez um homem para seu pai implicar e espantar como ele fez da outra vez, quando ela se envolveu com um rapaz de um nível inferior ao seu.

Seu pai quando soube, infernizou sua vida, deixou muito claro como era contra seu relacionamento. Vivia lhe dando palavras amargas e atravessadas, um m*l humor constante. Quando marcava de sair com Tiago, ele arrumava algo para ela fazer, ou programas de última hora para ela não sair e ir vê-lo.

Seu pai acabou conseguindo o que queria. Bianca acabou desistindo do namoro antes que as coisas piorassem. Depois desse dia, fez uma promessa a si mesma. Só ia namorar com rapazes de seu nível.

Muito bem! Agora se perguntava :cadê esses homens ricos, bonitos e interessantes?

Uns eram gays, outros comprometidos e os rapazes, que seu pai tinha apresentado a ela, até agora, eram desinteressantes.