Uma Nova Stan

1045 Words
Calina A internet havia caído a dois dias então a única coisa que tinha para me entreter era uma bolinha vermelha antiestresse que a terapeuta havia me dado quando me mandou pra cá. Eu a jogava contra a parede a fazendo quicar e a pegando, jogava para cima deitada na cama e a pegava no mais puro tédio. As garotas estavam lá fora brincando de trançar o cabelo uma da outra ou algo do tipo. Mas não me importo em ficar sozinha, isso acontecia muito em Kiev. — Calina! — A madre superiora entrou tão de repente que fez com que eu me distraísse e a bola caísse no meu olho. — Arrume as suas malas! Você foi adotada! — É O QUE? — Me sentei bruscamente com uma mão cobrindo o olho dolorido. — Não, não, como assim? — Você foi adotada. — Repetiu pegando a mala embaixo da minha cama e já começando a jogar minhas roupas dentro. Isso que é pressa para se livrar de mim... Sem chances de fugir só comecei a ajudá-la com as roupas arrumando para conseguir enfim fechar a mala. A madre superiora me pegou pela mão praticamente me puxando para a saída. Antes de cruzarmos o portão ela lambeu a mão passando na frente do meu cabelo, arrumou a minha postura e apertou as minhas bochechas o suficiente para me deixar vermelha. Quando o portão abriu pude ver um carro luxuoso preto estacionado e um homem de terno e óculos escuros. — Calina? — Perguntou se aproximando. — É o meu nome. — Sou Happy, vou te levar a torre. — Disse pegando minha mala. — Me venderam para a máfia? — O olhei com a sobrancelha arqueada caminhando junto a ele. — O Christian te adotou. — Ele parou ao lado da porta a abrindo pra mim. — Christian? Tipo Christian Stan? — O olhei com o cenho franzido, mas ele só ficou me olhando esperando que eu entrasse logo. — Entendi. Bufando entrei no carro e em pouco tempo estávamos na estrada. Fazia tanto tempo que eu não saía daquele lugar que eu não conseguia tirar os olhos da janela, estava quase colocando a cabeça para fora igual aos cachorros. — Por que te chamam de Happy? — Perguntei olhando para ele que só ergueu o vidro entre a gente. — Tão carismático... Foi uma boa e longa viagem até a torre que pessoalmente parecia muito maior do que eu imaginava dos artigos que via na internet. — Enorme né?! — Happy praticamente brotou do meu lado fazendo meu corpo estremecer com o susto. — É... — Vamos. Ele foi na frente com a minha mala e eu logo atrás dele. Aquele lugar era PURA tecnologia! Eu babava por cada centímetro quadrado dali. — Bem-vinda Calina. — Christian estava logo a nossa frente próximo aos elevadores. — Não acredito que me adotou por culpa. — Happy, leva as malas para o quarto dela? Vou apresentar a torre a nossa nova hóspede. — Mesmo parecendo relutante Happy fez o que ele pediu. — Não te adotei por culpa. — Não? Como chama isso? — Investimento. — Deu de ombros. — Você é muito inteligente, tem grande potencial, merece boas oportunidades e eu posso oferecer isso a você. — Tá sentindo esse cheiro? — Puxei o ar pelo nariz algumas vezes. — Que cheiro? — De culpa. — O olhei com um meio sorriso o vendo revirar os olhos. — Não faça eu me arrepender e te devolver para o orfanato. — Disse me fazendo rir enquanto apertava um botão para chamar o elevador. — Tenho que começar a te chamar de papai? — Perguntei enquanto esperávamos. — Me poupe... Quando entramos percebi que haviam mais andares do que eu imaginava, mas um deles me chamou drasticamente a atenção. — Eu sei para onde está olhando. — Com um sorriso sarcástico ele apertou o botão "laboratório". Um sorriso de orelha a orelha brotou instantaneamente. E só alimentou quando finalmente chegamos lá. Nunca havia visto tanta tecnologia em toda a minha vida! Passei as minhas mãos nos computadores de última geração, o chão de vidro permitia que eu visse os robôs sendo fabricados junto a algumas armaduras. Se não fosse tão vergonha alheia eu daria pulinhos de alegria! — Me sinto na Disney. — Tenho certeza que meus olhos brilhavam. — O mais próximo que estive de tanta tecnologia foi quando seus robôs foram a Kiev. — A legião de ferro? — Uhun. — Me aproximei de uma das telas a tocando e a acionando. — Quer que eu coloque a sen... — Bem-vindo Sr. Stan. — Como você... Como... — Gaguejou me olhando, mas só eu dando de ombros. — Uau... Você tem softwares incríveis aqui... Já pensou em usar painéis retro... — Retroreflexivos? — Para entrar em modo furtivo. — Assenti o vendo através do vidro do painel. — Seria ótimo. — Não é uma ideia ruim... — Ele cruzou os braços vindo em minha direção. — Valeu. — Acho que era a sua maneira de elogiar alguém. — Construí esse laboratório para o Bruce, mas acho que ele não vai se importar de dividir com você então pode vim sempre que quiser. — Acho que vou precisar trazer um colchão pra cá. — Disse o fazendo rir. — Melhor te mostrar o restante da torre. Sai totalmente contra a minha vontade do laboratório, cogitei até agarrar uma daquelas pilastras e ter que ser arrastada para fora. Quando saímos do elevador novamente a primeira pessoa que vimos foi Livinia Potts. — Você deve ser a Calina. — Ela veio até mim me cumprimentando. — Sou Livinia. — Eu sei. A CEO das indústrias Stan. Você é o orgulho do feminismo. — De fato eu a admirava por isso. Por estar a frente de uma gigante como as indústrias Stan. — Fico lisonjeada. — Pude ver suas bochechas serem invadidas pelo rubor. — Christian, já mostrou o quarto dela? — Não, mostrei primeiro o playground. Essa parte é com você . — Christian me deu um leve empurrão em direção a ruiva. — Vem comigo. Ela era bem simpática, um pouco mais do que eu esperava tenho que admitir. Talvez viver aqui não seja de todo ruim...
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